Escutando Luz dos Olhos repetidas vezes, acabou vindo na cabeça um momento que nem me lembrava mais. De uma mão no meu cabelo e da minha mão na outra mão. Como se fosse a coisa mais natural e corriqueira.. E houve borboletas lá. Então, João, acho que foi aí que tudo começou. Sim, antes disso tudo, eu já tinha pensamentos e vontades, mas o que me pegou foi a sensação de bochechas quentes e festa no estômago que ocorreram quando teve palma com palma e cafunés. Um chamego, um carinho, uma cumplicidade.
Depois disso, me surpreendi inúmeras vezes com minha capacidade fantasiosa de inventar e aumentar as coisas, sem nem mesmo ter noção do porquê. Sentimentos totalmente incompatíveis com as teorias filosóficas amorosas de boteco que marcaram a época: “Amor não vale a pena, alias, quer saber? O amor nem existe!”.. Não entendia o reboliço que meu coração provocava pelo simples fato de saber que ele estaria do mesmo lugar que eu, se estava tão avessa a essas historinhas de "nhenhenhe". Hipocrisia, loucura? Acho que era mais o medo de tomar na cara over and over again. E tomei. E começar já se ferrando, convenhamos, não é algo muito inteligente.
Fui deixando morrer aos poucos, porque nunca fui menina de me apaixonar por homem de outra, ainda mais sabendo que a luta sempre seria desigual. Além disso, Deus me mandou uma certa privação de contato, para a cura ser completa. Para uma agnóstica, Ele me trata muito bem.
Então, quando eu menos esperava um presente, veio um, embrulhado em caixa azul e fita preta. E me colocou sorrisos no rosto, festa no barriga e microondas no coração. Paraíso demais para ser verdade. E, surpresa, surpresa: era. As expectativas caíram de novo no meio de um vão quando as ultimas novidades chegaram no ouvido. Um término, outro começo. Ela, aquela, essa. E nunca eu.
Mas como deixar tudo pra lá se ainda me pego associando Cássia, na sua voz melosamente perfeita, a ele? Ainda olho algumas fotos e penso: esse momento podia durar pra sempre. Ainda acho que ele é o certo. Ainda fecho os olhos no ônibus e penso nele. E meu coração ainda vira sorvete quente [tudo assim, meio frio, meio quente, meio formigante] quando chego e ele está. Engraçado como nessa altura do campeonato, ainda tenho capacidade de me surpreender ao sentir certas coisas. E engraçado como ainda consigo sentir certas coisas. Mesmo que não queira..
Por Mary*
Amar alguem é uma coisa tao boa que mesmo o sofrimento pode nos "provocar" textos como esse de Mary!
ResponderExcluirA primeira vez que gostei de uma menina eu tinha 9 anos de idade, ela devia ter uns 7 ou 8... Foi extranho experimentar aquela sensaçao onde eu, no lugar de uma menina,(que naum tinha nem esboço de mulher, pois ainda tava longe da exuberante açao que os hormonios femininos provocam) exengava uma mulher, deixava de bater o babo no RECREIO (estudava numa escola do interior onde minha turma tinha 10 meninos, numero certo do baba) pra assistir ela jogar baleado, levava meus bonecos dos cavaleiros do zodiaco pra casa dela na intençao distrair o irmao mais velho dela (apenas 1 ou dois anos mais velho que eu) pra poder assitir os "classicos da disney" com ela, CONSPIRAR para que na festinha de Sao Joao ela fosse meu par na quadrilha... E me via sempre acompanhado de uma sençao boa,(que independia da presença dela pra aparecer)que se quer sabemos,localizar com exatidao, em que parte do corpo estamos sentindo.
Minha segunda OVERDOSE foi aos 13, menos intenso...Mas no fim das contas era mais uma overdose.
Ai começou a fase do "quem garra mais nega na festa'(fase muito boa, infelizmente tem quem naum tenha tido a chace de apreciar isso, e os que naum querem nunca sair dela), e com esa fase parece que adquiri uma certa imunidade a esse INTORPECENTE... e naum me dava conta disso, nem sentia falta.
Duas namoradas depois(das quais gostei de forma honesta), me vi EMBRIAGADO denovo pelos encantos de uma mulher... Mais que isso,Extasiado, naum so pela beleza evidente, mas pelo seu jeito de se comunicar, pelo seu jeito de jogar os cabelos, pela forma como chamava meu nome, pelo biquinho que fazia quendo tava com raiva(ficava mais linda ainda)... Essa EMBRIAGUES(da qual ja me sinto "curado") se quer me causou ressaca, mas de vez em quando ainda embolo a lingua...!
Silver
ResponderExcluirQuando eu tava escrevendo o post eu lembrei instanteneamente das nossas conversas e que voce já tinha sofrido do mesmo mal que eu, tanto pelas borboletas, quando pela incapacidade de conseguir elaborar uma frase na presença da pessoa, tanto pela embaraço que o sentimento todo causava, quando pela agunia de sentir tudo aquilo e nao poder fazer nada..
Lembrei das filosofias de boteco agora.. Saudade da época. =]
PS: Quando tinha uns 14/15 anos fiquei "apaixonado" por Luana Piovanni (no sentido masturbistico da resenha-neologismo horrivel-)!
ResponderExcluirGente quanta filosofia!
ResponderExcluirLembro-me do meu primeiro amor, que durante alguns anos(3 ou 4) foi platônico. Até que uma dia ele me notou e tudo começou...foram anos e anos e anos de overdoses como Silver citou. Não conseguia me expressar, era uma loucura, eu simplismente travava. Até que me libertei.
Falando sobre amor, compartilho a filosofia de Krishnamurti. Penso que só quando a mente está quieta, não espera, não busca, quando ela está de fato em silêncio, só assim há uma possibilidade de amor. A questão é que nossa mente procura sensações, tem desejos e ambições pessoais, sente ciúme e quando existem essas coisas , o amor não está presente.
Amar, para mim, significa não exigir nada em troca, não pedir nada da pessoa a quem se ama, não depender em nada dessa pessoa.
Relaxaaaaaaa minha brother....relaxa que eu tenho um plano! hauhauhauha
ResponderExcluir"E engraçado como ainda consigo sentir certas coisas. Mesmo que não queira.."
ResponderExcluirXimenesss falouu muito bem sobre o borboletismo estomacal e suas sensações e danos ... mas essa ultima frase ... nusss ... gostei muuito dela !!!! "sentir certas coisas.." !!! sintaa ximenes ! sinta !:D !
OBS : o verbo sentir não foi empregado com maldade !!!!! ou foi ?? :p