quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Hoje o tempo voa, amor.. Escorre pelas mãos.


Tava comentando com uma amiga o quanto esse ano passou devagar. Porque quando eu penso que eu fiz 12 matérias (com cargas horárias enormes), nem acredito que consegui. E quando eu vejo uns posts de abril aqui nesse blog, vejo que tive duas crises nervosas MUITO grandes esse ano e nem sei como consegui passar delas. Foi casulo residencial, não-atendimento de telefones, cabelo caindo, hospital pra tomar anestésicos, enxaquecas, gastrites.. Mas passou, porque sempre passa. Tudo passa.

E passou época de férias de verão com Festival de Verão e milhares de formaturas da turma que eu entrei que me fizeram chorar dias e dias e ficar com o coração apertadinho de começar a ver meus caramelos indo embora aos pouquinhos. A sensação que tava começando a acabar, que era o princípio do fim ali na frente dos meus olhos, sem que eu tivesse a real dimensão disso. Mas foram dias mais felizes que tristes, com cachaça pesada e carinhos gigantes.

E também passou o melhor carnaval da vida, com Noras de Gandhy na roupa mais perfeita do mundo, Asa parando na nossa frente pra tocar Com Amor, ponto de encontro da galerê em frente ao camarote do Nana, várias garrafas de tequila, milhares de blocos patrocinados pelo meu tio Joselito (pai de Priscila), provas de resistência até o último bloco passar, taxi com nascer do sol diariamente.

E passou o começo da formação oficial da galerê que hoje organiza o trote (Grupo Organização), com as idéias bonitinhas, as regras, as melhorias, as brincadeiras armadas... E teve panfleto de enganação de calouro, teve cobrança de 'ingresso', teve pulseirinha colorida, teve lista-lista-lista, teve camisa oficial pra diretoria e teve dois dias pra ficar na memória, na nossa, na dos calouros, na do Mev.

Passou meu coração filádaputa, trazendo minhas paixonites complicadas, sempre sempre complicadas, que ninguém entende. Nem eu. A la Ariel, porque tem que ser. Gente a mais, gente demais. E tem história que eu sou protagonista e tem história que eu sou coadjuvante. Mas, sabe, nem importa tanto o papel que você ocupa, se a novela é sua e você sempre se fode. E cadê o desapego que eu tinha prometido? As borboletas esconderam. Mas eu achei de novo e olha, parei de me preocupar. E quando eu não me preocupo, é quando eu não me importo mais. E talvez o segredo seja exatamente esse.

Passou amizades lindas começando ou se consolidando, com gente que antes eu odiava ou que não dava nem bom dia ou quem eu nem tinha porquê ter esse amorzinho todo. Mas empatia vem não sei de onde e não se controla sentimento. Hoje tem mil pessoas a mais no coração, que dá uma dó no peito de só ter conhecido agora, de ter 'perdido' tanto tempo sem.

E passou Comissão de Formatura com a gente querendo botar as coisas pra frente e fazer de uma turma de formandos uma turma de amigos. A primeira frase foi "a gente não pode brigar" e o que mais teve? Era gritaria em cantina entre BFFs, era gente fazendo depoimento chorandinho, era votação com resultados desastrosos, era eu chorando dias seguidos, era briga por email e comunidade de Orkut.. Toda segunda, 11h, no Mev. Mas era todo dia, nas conversas de boteco e nos sonhos da gente de ser tudo perfeitinho. E não foi. Não vai mais ser."Só falta eu te querer, te ganhar e te perder...". Os pedacinhos foram ruindo pouco a pouco, começando a ser desgostoso tanto trabalho pra pouco prazer, passando por minha dupla de Mestre de Cerimônias perdendo o cargo e terminando com uma das bffs perdendo em matéria e não formando mais. E hoje a gente continua, porque o caminho tem que ser continuado, mas a graça se perdeu pela metade.

Mas tem que lembrar de que Comissão me deu de presente o prazer lindo de ser diretora de eventos e 'comandar' durante um semestre todinho as festas que acontecessem na faculdade. E foi Baleado cômico, foi venda de caneta e caneca, foi rifa 1 e 2, foi festa da Ovelha. Festa da Ovelha, concorrendo no top 10 de melhores festas da vida. E a gente ficou pra história. A gente fez história.

E no fim, depois de tudo, o que fica é isso. A sensação de dever cumprido. De ter sido o ano que mais me botei à frente de organização de putetês, não só ali de platéia, vendo acontecer, mas fazendo do nosso jeito. E, ao mesmo tempo, o meu melhor ano de estudo, mega estressante, mas imensamente produtivo, com o resultado exatamente que eu esperava: concluindo. Porque agora eu sou concluinte. E tô acabando uma era, uma época que eu tenho absoluta certeza que foi a melhor e que vai ser incomparável sempre. Um capítulo que vou por o ponto final e nem sei o que será depois disso. Mas nem tô me preocupando. Falta um tico de trabalho e falta, enfim, comemorar e se despedir, em um único dia, o que eu vivo há muitos anos. Que venha. Tô esperando. E vai ser lindo.



sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Make my wish come true.. all I want for Christmas:


Então, coisas que eu quero de natal:

Hd externo (pra ver se salvo essa porcaria de notebook)
Uma filhote de Yorkshire (sempre):


Um vira-tempo da Hermione (ok, pode ser um assim, de brinks):


Um boneco do DOMO (owwwwwn):


Só que, na verdade verdadeira, todo natal eu faço um pedido que não depende de ninguém. Que não tem preço, mas mesmo assim tem comparações. Que vai mudar minha vida. Que é o que eu mais quero no mundo naquele exato momento. E esse ano eu consegui:




quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Goodbye Yellow Brick Road

Tentando pensar no turbilhão de coisas que aconteceram essa semana pra não ter que parar e pensar no montante de sentimentos que está na iminência de estourar aqui dentro.

Então que comecei a fazer minhas finais já chorando, porque rolou remédio de não-estouro-da-cabeça no domingo e eu fui semi sedada fazer provinha de ADM. Entreguei a prova e o professor mandando eu voltar e refazer a 1° questão, tamanha a minha capacidade de entender as perguntas. E assim continuou a semana toda. Ou pelo menos era pra.

Eu prometi e jurei que não ia sair até estar de férias (ou melhor: até as notas terem saído, todas) e que já tinha avisado aos amiguês formandos que não ia assistir nenhuma monografia pra não "perder tempo". Só que né. Coração fala mais alto e eu tinha que estar lá pra dar um abracinho de boa sorte. E dei. E valeu porque vi meu nomezinho nos agradecimentos e o coração deu um aperto.

E depois teve comemoração e depois teve outra comemoração maior e eu aí, na vida, bebendo cerveja e beijando pessoas e gritando "você não era assim, quem era você, você é um pica morta" pra quem queria ir embora. E quem tinha prova final pra fazer no dia seguinte era eu.

E fiz. E me desesperei em imenso milhares de vezes porque não conseguia assimilar mais nada que lia, não conseguia me concentrar, não conseguia nem pensar. E lembrava do mês de pesadelo que passei, indo parar em hospital de madrugada, com cabelo caindo aos tufos, com brigas históricas, com choros diários por qualquer mínima alteração. E assim já entrava na sala num gemido de morte e saia na agonia mór de saber logo a nota.

E soube. E passei. Olha, não vou dizer que foi em tudo, porque ainda falta a nota de Animais Silvestres (tamo aê na espera de um 2,7), mas visto que o próprio professor mandou eu sair pra comemorar, digo bem bastante que é com 99% de certeza que anuncio que hoje sou concluinte. Nada de provável. E não quero mais usar as iniciais PC tão cedo, porque só eu sei o quanto elas me deram medo nesse fim. Era tudo ou nada. Ou todas as matérias acima de 5 ou o abismo de enfrentar mais um semestre, morrendo na praia, deixando de lado a formatura que eu sonhei, projetei e tô realizando.

E é ela que me vem na cabeça agora. É sensação de quase fim, é a minha imagem correndo pelos corredores verdes do Mev gritando PASSEI, PASSEI, ACABOU!, é a sensação de pisar descalça na grama lá da frente pensando que hoje era um dia decisivo pra outro dia decisivo.

E será. Porque eu consegui.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A atriz principal da minha novela


Aí que meu pai me ouviu dizendo minhas opções de músicas pra entrada da formatura e me perguntou por que eu não escolho Cazuza ou Legião ou algo do tipo. Eu ri e "pai, eu tenho uma reputação e uma história a manter, ninguém vai entender nada se eu entrar com uma música calminha filosófica."

Lembrei de um dia que eu fiquei encarregada de levar o cd da viagem de clínica 2 daquela semana. Tava viciada (pela 352° vez) no acústico de Cássia e era só o que eu queria ouvir durante as 2 horas na van, mas né. Não tinha cabimento eu levar um cd desse, nêgo ia olhar pra mim e perguntar se eu tinha confundido a caixinha. E no meio da viagem eu até comentei sobre isso, da vontade, e uma das meninas falou "Cássia? Sério, você?". Ou seja.

Sei que isso me leva à antiga discussão da minha vida: personagem ou personalidade? Eu sempre fui dessas pessoas mega escandalosas e do putetê e nem aê pra nada, principalmente nessa época de faculdade. Mas também sempre fui um tanto mimimi, que lê José de Alencar sem ser obrigada, chora vendo Dawson's Creek e só quer dar pra quem estiver apaixonada. Sabe, menininha. E aí você vê que não combina, porque uma coisa é um menino, outra coisa é um pneu de trator (não tem nada a ver com nada). Como eu vou querer que as pessoas saibam que eu decidi o nome do meu filho ouvindo 1° de Julho se eu chego nas festas e subo em mesas e canto em microfones?

O bom é que eu parei de me preocupar com o que se passa na cabeça das pessoas há muito tempo. Não tô ligando se alguém acha que eu me resumo aquilo, se alguém pensa que eu sou uma das gúrias que só sabem comer água ouvindo baixaria e ficando com o primeiro que conhecem. Já aprendi que ninguém vai deixar você mais feliz só por pensar bem de você e que por mais que você seja a garota perfeita, vai ter quem fale. Então falem enquanto eu me divirto, que no dia seguinte eu tô rindo ainda. EU sei quem eu sou.

Problema é quando surgem esses momentos que você para e pensa em quem você é de verdade. Ou quem você mais é. É minha formatura, é um pedaço da minha vida que só eu vou saber o QUANTO lutei pra ter, é minha maior realização pessoal. E eu não sei se tô escolhendo a música porque as pessoas esperam aquela trilha sonora ou realmente porque eu escolheria ela de qualquer jeito. Não sei se hoje em dia eu sou mais a menina que é mestre de cerimônias pra brincar no microfone na frente de 500 pessoas ou a menina que escreve o discurso de formatura e faz todo mundo chorar. Eu sei que sou dos dois tipos, mas a questão é: se eu tivesse que escolher, quem me definia mais? Quem ficaria?

Tenho 6 meses pra descobrir.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Be careful what you wish for


É nessas que eu percebo o quanto a vida é uma eterna piada gigante sobre coincidências e timing.

Coisas que eu desejei por décadas acontecem agora ao ritmo de galope e eu nem me dou conta. Dessas situações que você fica esperandinho, com dedos cruzados, pedindo só pra ter uma oportunidade, uma só e, não: nunca vem. Cada momento pequenininho vira uma relíquia que você pega e guarda naquela caixinha do coração que quando aberta, faz voar todas as borboletas do mundo. E você vive os dias desejando que mais um venha, mais um, mais um, só mais um..

Aí pronto. O tempo passa, tudo passa. E um dia você percebe que aquilo que você queria acontece diariamente agora e você nem se deu conta. Porque você não quer mais. E sabe, nem tem tanta graça assim. Talvez porque nunca houvesse de ser, talvez porque demorou tanto pra acontecer que perdeu o tom de surpresa, talvez porque você viu que não era nada demais, talvez porque agora você pode ter.

E quando você tá notando tudo isso, naquela descoberta lerda que acompanha as pessoas que tem muito mais pensamentos que suporta a cabeça, vem o destino e te prega uma peça. Olha bem no seu olho e te diz: "Não era isso que você queria, não era exatamente coisas como essas que você implorava pra ter? Toma, leva um bucado. Se divirta!". Bem assim, como se estivesse te dando um presente.

E né. Não, eu não queria. Não queria nada, não fazia questão de qualquer pagamento atraso do poço dos desejos. Porque nem tinha mais graça, tanto faz, tanto fez.

Como vocês sabem, todo poço tem que ter uma moeda para trocar pelo pedido. Mesmo que você já tenha esquecido que pediu, vem ele todo todo cobrar o que lhe é de direito. "Não te dei o que você pediu? Agora pague o preço". E adivinha só: é um preço enorme. Tenho que pagar um preço absurdo por uma coisa que eu não quero mais. E nem devolver posso, porque poços e gênios e bruxas nunca deixam você voltar atrás. Nunca.

É aquilo que dizem, sabe? Cuidado com o que você fala, porque o mundo tem ouvidos e pode escutar. Cuidado com o que você deseja, porque pode se realizar. E ele escutou e resolveu realizar. Como sempre, da maneira mais errada que podia.


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Ao menos gozarei de um aparato de ventura.


Porque mesmo que seja lido pela 4° vez, Senhora sempre é lindo e sempre fala dessas coisas que eu estou vivendo.

Decorreram meses. De repente, sem causa conhecida, com o contraste e o improviso que tinham as resoluções dessa mulher singular, operou-se uma revolução na casa das Laranjeiras, e na existência de seus moradores. Saiu Aurélia do isolamento a que se condenara durante tanto tempo, mas para lançar-se no outro extremo. Mostrava pelos divertimentos uma sofreguidão que nunca tivera, nem mesmo em solteira. Entrou a freqüentar de novo a sociedade, mas com furor e sem repouso.

Os teatros e os bailes não lhe bastavam; as noites em que não tinha convite, ou não havia espetáculo, improvisava uma partida que em animação e alegria, não invejava as mais lindas funções da corte.

(..)

Esta ânsia de festas e distrações sucedendo a uma inexplicável apatia e recolhimento, faziam desconfiar que Aurélia buscava na sociedade, não o prazer, mas talvez o esquecimento. Porventura tentava aturdir o espírito, e arrancá-lo por este modo às cismas e enlevos em que se engolfara por tantos dias?

— Deve estranhar esta febre de divertimentos? Disse ela ao marido. É uma febre, é; mas não tem perigo. Quero que o mundo me julgue feliz. O orgulho de ser invejada, talvez me console da humilhação de nunca ter sido amada. Ao menos gozarei de um aparato de ventura. No fim de contas, o que é tudo neste mundo senão uma ilusão, para não dizer uma mentira? Assim desculpe se o incomodo, tirando-o de seus hábitos para acompanhar-me. Há de reconhecer que mereço esta compensação.


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Eu queria que essa fantasia fosse eterna...

E surpreendente, tudo está dando certo. Depois de toda a confusão do último post, parece que só o fato de ~chorar no ônibus~ fez tudo ficar mais leve.

Festa da Ovelha virou uma dessas noites que você vai levar pra vida. E eu sempre achei que seria, porque é uma tradição que junta galera do Mev, forró e fantasia, ou seja: não tem como ser ruim. Mas é tanto detalhezinho problemático no antes, na arrumação, que comecei a esquecer da sensação que eu previa. E ela veio. E foi perfeito.

E aí você vê fotos sequeladas e ouve as resenhas mais loucas e recebe elogios de todos os cantos. E começa a lembrar tudo de lindo que aconteceu, sexta e durante esse semestre todo. E vê sorrisos das pessoas e bota um sorriso no rosto. Gigante. Há 3 dias. :)


Resume:


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

It's like a bad day that never ends

Eu voltei a ser o tipo de menina que chora no ônibus, sabe? Que bota o óculos escuro pra ninguém perceber. Que tampa o nariz vermelho pra ninguém ver. Que quer que o chão abra e engula tudo aquilo ali, pra não existir mais nada.

Porque, sabe, chega. Eu queria muito contar só um pedaço da minha vida pra essa galera otimista-calma-tudo-dá-certo calar um pouco a boca diante da vida.

Contar que você tá lá, há 3 dias só dormindo e vomitando, vomitando e dormindo, sem conseguir comer, sem conseguir organizar as coisas da festa que já já chega, sem conseguir estudar pra prova de quarta.

E quarta chega e você não consegue dormir porque, óbvio, o destino tem que ficar contra você. E a prova é feita e, surpresa surpresa, de mau a pior. Porque aquela nota 4 vai ficar toda pomposa perto dessa que virá. E quem disse que ia ser o último semestre de matéria? E quem quer se formar em 2011.1?

Então vem reunião da comissão, como o assunto mais empolgante dos assuntos empolgantes da terra da empolgação: festa da ovelha. Quer dizer, você achou que seria (empolgante). Porque a essa altura, você só quer ficar em casa a noite toda vendo filme e comendo besteira. Mas né. Aí é gente reclamando do dia da festa (que eles votaram há 2 semanas atrás), gente reclamando do lugar da festa (que conseguimos arrumar correndo Salvador inteira igual louca numa sexta de insolação), gente reclamando do cargo na festa (porque né, festa é pra se divertir, não pra trabalhar -mesmo que seja a festa que sua comissão está organizando), gente reclamando da reclamação, gente. Cara, é tanta decepção que não dá nem pra contar. Pessoas que você tinha como bff, guardadinho no coração, caramelos, nem aí pra nada. Nem aí pra você. E você senta numa cadeira e desiste né? Deixa rolar. Porque não tem nada mais a fazer.

Aí é sair ouvir piadinha de merda de gente idiota e é andar no sol matando e é perder o ônibus.. E aí é receber ligação do seu pai dizendo que sua atual ex-madrasta tá chamando você e suas irmãs de vagabunda/vadia/puta por email e veja bem, ele tá repassando esse email pra você. E aí você pensa: "cara, antes eu tivesse o porquê ser chamada disso tudo". Porque né?

Choro. E mais choro. E mais um pouco. De tudo. E de nada. Acabou? Acabou não.

sábado, 6 de novembro de 2010

Eu não tenho esse dom de apaixonar as pessoas por quem eu me apaixono.


Sabe qual o problema? A gente cansa. Não, na verdade, eu já tinha cansado. Há tanto tempo, há muito tempo. E aí só vinha aquelas paixonites bobas de 3 semanas que te dão uns reboliços no estômago e você pensa que é de verdade. Sabe? Bem, elas não são. Porque exatemente, duram 3 semanas. Umas coisas bobas de querer ficar com o menino quando está completamente embriagada numa festa e coisa e tal. Mas saber que nem pensa em, sei lá, almoçar com ele numa segunda. Porque a graça das paixonites está bem aí: elas são ilusórias, vivem nos momentos bons, as noites de risadas. Você não quer uma paixonite pra te ajudar a passar por épocas difíceis, você quer ela pra sentar do seu lado no boteco e dar uns beijos bestas e ir dormir junto. E servem, até, bem pra isso mesmo, divertir e rir.

Mas é tão diferente quando você gosta de verdade de alguém, sabe? Tipo, gostar de verdade verdadeira, dessas verdades que vão te fazer ficar sem dormir. Porque muda tudo se você não conseguir. Não é mais querer pra besteiras e querer pra curtir e querer por querer. É deixar a pessoa fazer parte da sua vida e ter um pedaço seu e conseguir um poder enorme sobre você. De realmente melhorar tudo se ela está presente. Porque ela é um presente. Mesmo que nem saiba.

Aí você se entrega né? De se mostrar por escrito, por falas, por caras de felicidades, por gestos bestas e coisa e tal. Daquelas coisas que você vai ter uma vergonha enorme daqui a um tempo. E também daquelas coisas que não conseguem ser contidas. Sabe quando você toma dramin e se você não dormir, toda uma agonia toma conta de você? E quando você quer tossir até morrer numa prova e sabe que todo mundo vai se incomodar, mas tosse? E quando você sente uma coceira e coça? É assim. As vezes a gente se declara sem nem esperar uma declaração de volta, é só porque não consegue mais segurar. E é tão bom quando acontece...

Aí hoje parei e pensei quantas pessoas já conseguiram fazer isso comigo. Quantas pessoas já tiveram a capacidade de poder mudar meu dia, meu mês, meu ano. Quantos homenzinhos eu poderia olhar no olho hoje e falar: cara, eu fui tão apaixonada por você que não consigo nem explicar. Olha, poucos. Pouquíssimos, sabe? Deve nem dar cinco dedos. E todos eles souberam, porque obviamente eu não consegui controlar a boca, o rosto, a mão, o estômago. Ninguém consegue. E aí a gente pensa: como que as pessoas dão pouca atenção a isso né? De nem se importar e tal. Ou até se importar, que seja, mas não fazer nada por isso, não escolher tomar partido, não se alterar. Não se alterar. Eu ali, toda mudada, toda diferente por causa de alguém que.. Silêncio. Sei lá, vai ver as pessoas nem acreditam. Ou não percebem a dimensão. Ou não querem mesmo e acabou.

Mas eu me surpreendo o quanto você pode gostar de alguém e alguém nem tchum. Devia existir uma lei, sentimentos assim só poderiam ser bilaterais. Por que sabe o que machuca mais das coisas? Não é nem aqueles momentos de merda pós-fim, assim que acabam e você tá lá sofrendinho bebendo e chorando com música triste e sendo consolada pelas amigas. Isso passa, sempre passa. Demora mais ou menos, mas acaba passando. Só que tem uns momentos que você abre uma caixa, vê uma foto, lê um email, ouve uma frase que.. Te leva de volta pra pessoa. E aí você percebe que hoje não é nada e que você nem sabe como ela anda. Porque acabou. E dói, saca, porque acabou a história, acabou o fim, mas não acabou o gostar. Nunca acaba, quando é de verdade. E você começa a se perguntar de novo por quê acabou todo o resto e por quê só sobrou isso, memórias e essa tristezazinha que fica. E pensa no quanto deve ter sido fácil pra outra pessoa, porque né, se não fosse... Por que é sempre fácil pra eles? Por que não pode ser fácil aqui também?

E começo a lembrar da última vez que falei sobre e nas palavras que falei e de como falei. E demorou tanto tempo pra chegar de novo, pra acontecer de novo.. E agora, será que chega de novo? Será que eu vou ter coragem de, de novo, me dar tanto pra alguém? E quanto tempo vai demorar pra chegar? E quanto tempo vai levar pra acabar? Porque sempre acaba. Eu não tenho esse dom de apaixonar as pessoas por quem eu me apaixono. Sou, sei lá, um tipo não-apaixonável de garota. Paixões de verdade, eu digo, amores. E um dia eu percebo isso (que não há correspondência e nunca vai haver) e aí decido deixar de ser também. Mas né, fuga inútil. Porque estamos aqui ainda, sendo. Sempre sendo, sozinha, esperando, esperando e esperando que um dia acabe. E esperando que comece de novo. Pra acabar de novo. E vai ser um ciclo sem fim de entregas e decepções. E cansa. E eu já venho cansando há muito tempo. Eu já cansei.

E chegou. Desisto.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

É uma daquelas coisas que significa muito para você, sabe?

Raquel: sim, Pedro também tá jogando the sims
aí ele é adolescente.. e não podia morar sozinho. aí colocou ele com o papai.. colocamos ele velho. aí nao pode morar os 2 sozinhos também.. aí eu e Pedro fizemos você pra morar com eles..

Mary: HAHAHAHAHAHHAH
gente, não quero, pode expulsar eles da minha casa

Raquel: foi engraçadao porque a gente colocou vocês na casa e você e o papai já começaram a discutir
aí tinha que colocar o parentesco.. colocou você como filha do papai .. e não dava pra colocar Pedro como filho dele também
ah, antes.. Pedro não sabia quem fazer pra morar com ele e o papai aí ele: "faz a Mary, eu sempre quis morar com a Mary" hahaha
aí nessa hora do parentesco, ele : "ah, me coloca como filho da Mary, eu sempre quis ser filho dela mesmo.." hahahahahaa

Mary: HAHAHHAHAHAHAHAHAHH

Raquel: você é segurança, ganha 300 e pouco por dia
hoje você chamou a polícia, porque uma pessoa estranha entrou no prédio.. aí você ganhou 500 e pouco de recompensa




E só veio na minha cabeça: 8 meses. Só tenho mais 8 meses.

sábado, 16 de outubro de 2010

meu barco se perdeu


Logo, logo, assim que puder, vou telefonar
Por enquanto tá doendo
E quando a saudade quiser me deixar cantar
Vão saber que andei sofrendo
(..)
Nem que faça um tempo ruim, não se sinta assim
Só pela metade
Ontem demorei pra dormir, tava assim, sei lá,
Meio passional por dentro
Se eu tivesse o dom de fugir pra qualquer lugar,
Ia feito um pé de vento
Sem pensar no que aconteceu, nada, nada é meu,
Nem o pensamento

Resumiu? Resumiu. É isso. Logo, logo volto. Ou não, assim, sei lá.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Seis meses, infinitas lembranças.


Acabei de olhar o meu álbum de 2010.1 do orkut.

E quando abri, lembrei logo: putz, que semestre ruim. Porque primeiros semestres do ano sempre são meio bad trip na minha vida. Escrevi até em um post passado aqui, nos primeiros seis meses de 2009 nem lembro direito quais matérias fiz. Tudo foi passando, sem cor e sem gosto, imperceptível. Bem depression feelings.

Esse ano, na mesma. Os dias passaram mais devagar, os meses se arrastaram. Eu fui perdendo o pique, sempre desanimada, não querendo farras e emoções maiores. São João foi pro brejo, mais uma vez. Casulo sem fim, com celular desligado e msn invisível. Até as matérias que eu comecei na felicidadezinha de serem práticas (hospitalar e cirúrgica), não conseguiram manter o estímulo.

Só que olha, dessa vez, as fotos me surpreenderam. Foi diferente do que eu lembrava. Pode ser que nas últimas semanas eu realmente estivesse down (por mil e um motivos), mas meu, putetê sem fim no começo do ano. Festival de verão na beira do palco, carnaval lindo com Noras e provas de resistência, milhões de festas de formatura da minha turma inicial da faculdade, 1° organização oficial do trote, 30" trocentas vezes, festa a fantasia, botecos, comissão de formatura dando início, forró no Mev na Copa, depois de décadas sem. Até fotos da castração do cavalo que derrubou Bidu e dos filhotes lindos que a clínica trazia.

Aí abri sorrisos. Porque né, mesmo que eu tenha ficado com uma lembrança cinzenta, não foi nada disso. Teve estresse com 7 matérias, teve bad romance, teve cansaço da mesmice da rotina, teve briguinhas com milhões.. Mas teve um bocado de coisa linda. E são elas que eu quero guardar. São elas que vão ficar.

Que venha mais. Que venha o último.

domingo, 22 de agosto de 2010

Outra vez?

O que eu sempre gostei foi do jogo, da sedução, de conquistar, de ver aos poucos e poucos a deixarem-se ir... como quando vais à caça e o melhor momento não é quando disparas, é quando vês a presa e não tens a certeza se a vais conseguir apanhar, se de um momento para o outro ela pode escapar e nunca mais a vês, percebes o que quero dizer?

(Não Há Coincidências - Margarida Rebelo Pinto)

Percebo, bem percebo. O melhor momento é o antes de, né? A preparação dos planos, a ansiedade do que vai acontecer, a vontade contida, as bochechas vermalhas, o encantamento bobo... 'Dragonfly out in the sun... you know what I mean, don't you know? Butterflies all having fun... you know what I mean.'

terça-feira, 3 de agosto de 2010

E um adeus bem ali, bem pertinho


Porque sabe. Um dia a gente cansa. São sempre corações inalcançáveis e é sempre eu me fudendo no final, ficando sofrendinho por décadas enquanto nêgo nem lembra de lembrar de mim. Ah, cara. É infinito o se fuder.

Aí decreto morte às borboletas. Quero mais nada a ver não. Fiquem bem, bem distante, so far away. Nada aqui pertence a vocês mais. Porque não aproveitaram quando podiam, sempre fazendo festas que só se viam dentro de mim. É uma espera que não acaba, alguém que nunca chega. E eu cansei.


Eu arranquei tudo e botei na máquina. A gente faz as coisas pra matar dentro da gente e morre junto. A gente faz pra ferir quem pouco sente nossa existência e vai, aos poucos, deixando de existir pra gente mesmo. A gente faz pra provar que também existe sem amor e acorda se procurando no dia seguinte. Era só pra ser algo divertido e vira um drama. O amor era pra ser amor e virou só um troço que acabou porque eu esqueci que era pra ser divertido e pensar isso do amor me ofende. Viver é duríssimo.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Blábláblá, whiskas sachê, (now) i can't care less.


Sabe, às vezes eu percebo nas banalidades o quanto eu deixei de gostar de algumas pessoas. E sei que deixei de gostar quando deixei de me importar.

Quem me conhece sabe que eu pego ar numa facilidade tremenda e que fico chateada com coisas que podem parecer bestas pros outros, mas pra mim se tornam essenciais. As pequenas coisas, né? Elas que me fazem enxergar o que acontece.

Aí geralmente fecho a cara, faço bico, fico de birrinha, dou gelo, me distancio, brigo. Faço qualquer coisa ou de tudo um pouco pra pessoa notar que eu fiquei baqueada. Nem tanto pra demonstrar a esse alguém e gerar uma atitude, mas por não conseguir viver na falsidade, não conseguir tratar igual sendo que sinto diferente. E cara, isso ocorre com uma freqüência que nem te conto. Fiquei com fama de brigona porque não aceito certos tipos de tratamentos das pessoas. E não quero meio-amigo, meio-amor, meio-qualquercoisa. Quero inteiro, sempre. Se não, os restos, toma de volta: mando devolver. Cazuza tava errado.

Só que... Cansa. Uma hora você desiste de esperar de todo mundo o mesmo tratamento que você daria. Começa a pensar se não é você que tá criando níveis muito altos de expectativa. Se você não exige mais do que a pessoa tem a oferecer. E talvez ela nem queira ter esse significado todo que você atribuiu à ela. Porque né, foi você que deu esse valor, ninguém pediu pra ter. E cada um é cada um, as pessoas não vivem dentro da sua caixinha de bonecas, fazendo o que você acha que têm que fazer.

Mas mesmo pensando isso tudo, continua machucando. Um telefonema que você esperava no aniversário. Uma frase que você queria ouvir. Um frete que você queria ter antes da noite acabar. Um reconhecimento de alguém no dia da formatura. Uma ajuda pra fazer um trabalho difícil. Uma presença numa festa. Um chocolate na Páscoa. Um alô no MSN sem ter por quê. Um companheirismo na viagem. Um empréstimo de casaco em dia frio. Um almoço quando você tá sem dinheiro. Sei lá. Tantas coisas, sabe? Tanto não feito. Tantas pequenas decepções que a gente vai tendo, acumulando e quando vê.. Formou-se uma bola imensa

E então eu paro de me importar. Não ligo mais de demonstrar que tô chateada, porque, meu, pra quê? Não quero mais ter conversas infinitas com opiniões contrárias às minhas. Não tento discutir mais, não vai mudar.. Nunca muda. Às vezes acho que é por que a pessoa realmente tem uma idéia diferente daquilo. Mas sabe, sei lá. Acho que não. Acho que no final, todo mundo meio que sabe o que é certo e errado, o que traz amorzinho e o que machuca. Só não se preocupa a ponto de fazer diferente. E se você não se importa.. por que eu deveria? E se você não gosta.. Por que eu deveria? Looping infinito.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Do you know?


Vício:


Hair that twirls on finger tips so gently, baby (Cabelos que se enrolam nas pontas dos dedos tão delicadamente, baby)

Hands that rest on jutting hips repenting (Mãos que descansam sobre o quadril arrependendo-se)

Hurt that's not supposed to show (Mágoas que não deveriam ser mostradas)

And tears that fall when no one knows (E lágrimas que caem quando ninguém sabe)

When you're trying hard to be your best (Quando você está tentando muito ser a melhor)

Could you be a little less? (Poderia ser um pouco menos?)

Do you know what it feels like for a girl? (Você sabe como se sente uma garota?)

Do you know what it feels like in this world? (Você sabe como se sente uma garota nesse mundo?)

For a girl (Para uma garota)

terça-feira, 20 de julho de 2010

Até achar que vale a pena


Tive que copiar todinho, porque né. Resume.

"tem essa parte de mim com uma preguiça gigante das pessoas. que começa a conhecer e pensa what's the point? que se recolhe aos finais de semana, quietinha, televisão ligada e computador no colo. é todo um processo. até ganhar confiança de novo. até achar que vale a pena. que nem sempre precisa terminar mal. essa parte preguiçosa, meio paralisada, me calou no twitter, e se esforça mais do que qualquer outra coisa pra ainda ter voz aqui. me fez parar de chamar os queridos no msn e dar longos suspiros. tem sido assim, já faz algum tempo. ir encontrar as pessoas cansa, gasta energia. tudo gasta energia. faltam forças. e eu preciso ficar sozinha, ordenando as ideias. pensando onde diabos eu comecei a acreditar que bastava ser eu mesma e a vida se acertava"

(daqui, ó: http://terradagarota.blogspot.com/)

sábado, 17 de julho de 2010

Ohana


Cara, sabe, as vezes eu não entendo o plano que Deus fez pra minha vida.

Oh, okay, eu não acredito em Deus. E sabe, é exatamente por coisas como essas que eu não acredito. Tipo, se houvesse um Deus, ele saberia que eu passo o ano fucking inteiro esperando a merda das férias pra vir pra Brasília. E Ele saberia muito bem que o motivo não é badalação, putetê e adrenalina. Não, nada disso. Venho pra cá buscando serenidade e vibe amorzinho. Sério, eu. E acabou que eu não vim nas últimas férias de verão pra cá, nem lembro por que direito. Mas isso me fez acomular a abstinência de um ano in.tei.ri.nho. junto ao inferno que Salvador faz no meu nível de humor.

Aí eu largo meu possível São João crazy bitch life style nos interiores da Baêa pra vir ver família e best friend do coração e né. Confusões. Resenhas com meu nome. Invenções de histórias. Gente fazendo drama a la Paola Bracho, com direito a Oscar de melhor interpretação dramática. Aí é briga, gente me acusando de ódio, convites recusados por minha causa, gente querendo que eu seja mais flexível, gente tomando partido. Ah, meu. Meu. Colé. Tomar no cu ninguém quer, né?

Sério, é nessas horas que dá vontade de ir pruma fazenda com wi-fi e viver numa vibe ermitão sociopata com um cara que eu aguente, uma penca de filho, leite da vaquinha, ovos da galinha, uns cavalos pra correr e um bucado de cachorro pra mimar. Muita vontade.



domingo, 4 de julho de 2010

Let's pretend


"-Sempre penso que ainda sou um garoto de 13 anos, que não sabe ao certo como ser um adulto, fingindo viver minha vida, fazendo anotações para quando realmente precisar ser um. Como se estivesse num ensaio para uma peça de colégio. "

(Antes do Amanhecer)

Consegui. Eu falei hoje. Falei em voz alta. Tô melhorando. Eu acho. =]

sábado, 3 de julho de 2010

Se você pudesse voltar e fazer tudo diferente...


...você continuaria sendo você?

Então. Acabei de decidir quando eu vou querer sair de casa de novo (para algo que não seja extremamente obrigatório, digo -se bem que eu tive prova hoje e não botei o pé pra fora de casa mesmo assim, então acho que o motivo tem que passar por uma avaliação bem precisa de real necessidade, mas enfim): quando eu conseguir falar para as pessoas, em voz alta, ao vivo e à cores, o porquê principal dessa depression fellings, blues, tristezazinha, baixo-astral ou como você queira chamar.

Aviso aos navegantes que estou treinando no espelho. Até agora, não consegui dizer tudo nem em pensamento. Choro antes. Então, pessoas, esperem. Esperem e esperem. Um dia passa. Ou não.

ps: Fazer piada mostra que eu ainda tô no estágio inicial de tudo. Tem dias e dias ainda pela frente. *suspiro*.


Blowin' in the wind.


"Um belo dia você acorda e hum.. Um filme passou por a gente"

Sabe, é meio difícil. Desapegar. Ver as coisas indo embora. É como ficar sentandinho na beira da praia vendo as ondas chegando e depois quebrarem no seu pé. Uma hora elas vão embora e não tem nada, nada no mundo que faça elas pararem. Porque é a natureza das coisas e Flávio José ensinou que é inexorável. Você tem que deixar ir, enquanto faz de tudo pra segurar a pontinha de lágrima que teima em aparecer no canto do olho. Eu não vou chorar. Eu não quero afogar tristezas.

Sempre acreditei que o pior sentimento não é a raiva, não é o querer mal, não é o se acabar de brigar. É indiferença. Quando as coisas acontecem e você simplesmente não se importa mais. Porque já esperava, porque já perdeu a esperança, porque já deixou de querer, que seja. É ver alguém fazendo exatamente a mesma coisa que fazia há um tempo atrás e te deixava feliz em imenso e agora.. É vazio. Ou que deixava puta da vida e agora.. É silêncio. Blábláblá whiskas sachê i cound't care less, né? É.

Chega uma hora que os erros não te surpreendem mais. O que vira uma surpresa é você ainda esperar algo diferente daquilo. Querer que seja diferente, querer que seja melhor. Aí você se acha patética por esperar. É uma espera infinita, que você sabe bem que nunca vai acabar. Porque é assim. Sempre foi, sempre vai ser. Por que ilusões? Por que decepções? Pára tudo que pra mim chegou. Looping infinito, como dizem.

Começo a perceber minhas fases. Ah, okay, nada que eu já não tenha visto antes. Mas eu me preocupava mais com as etapas iniciais, do borboletar, do vício viciante, do escutar música no ônibus e chegar no ponto sem nem perceber, de tanto lembrar. Agora vejo a parte do final. Depois da fase do acordar e continuar pensando os pensamentos ruins, vem essa fase do eu-não-me-importo-mais. Não me importo se traz choros. Porque né. Vão vir do mesmo jeito. Não me importo mais de reclamar. Porque vai ser tudo na mesma estrada. E não me importo se vai acabar. Porque na verdade, já tá acabando. Tão perto.. Perto demais.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Go lightly from the ledge, babe


Tô meio que sofrendinho de saudade nesse momento. Vários tipos de saudade. Saudade de quem eu acabei de deixar, mas sei que vou demorar a ver. Saudade antecipadas que sei que vou sentir assim que pisar o pé fora dessa casa. Saudade de pessoas que eu não falo há alguns dias. Saudade de coisas que ainda não acabaram, mas parecem estar na iminência de.

Sabe, tem umas coisas que parece que são coordenados realmente pela inércia, começam a dar errado uma vez e pronto: só vão desandando, definhando, até chegar um dia que você perceba que acabou. E eu vejo isso. Vejo claramente. Assim como pareciam palpáveis as borboletas que me rodeavam e a paixonite que chegava no galope afobado, agora quase posso sentir tudo indo embora, tudo acabando. “Que bom, né?”. É o tipo de coisa que se ouve quando eu conto as histórias. E sei lá. Talvez seja mesmo.

Ontem ouvindo casos e conversando sobre os outros com minha mamolis de consideração (mãe da Nanda), fiquei pensandinho. Ouvi sobre várias meninas que fizeram de um tudo pra conseguir os amores do jeitinho que elas queriam, nem que pra isso tivesse que jogar, digamos, um pouco de mais. Truques e armadilhas, sabe? E eu odeio joguinhos. Odeio essa coisa de ‘só pode ligar depois que ele ligar’, ‘se ele ligar, espere tocar três vezes antes de atender’, ‘quando atender, seja meio fria, como se tivesse ocupada’. Como Celine diz em Antes do Amanhecer: “Sempre me sinto como o general de um exercito quando começo a sair com um cara . Traçando minhas estratégias e manobras, conhecendo seus pontos fracos, o que o magoaria, o seduziria... É horrível.”.Não, eu não sei fingir. Todo mundo sabe que eu tô apaixonada, fico muda-retardada ou dengo-amorzinho com a pessoa, sonho acordada o tempo todo. Sim, sou besta. Me entrego totalmente e sem nem saber se há interesse. Mesmo não havendo interesse. Mas né, veja bem onde estou. Sozinha. E elas lá, com eles.

Aí ontem fiquei me achando a retardada mór por desistir das coisas facilmente. Sabe, de achar humilhante fazer de um tudo pra ficar junto de quem não te quer. Me achando super fria e calculista (arram, Claúdia), porque eu não consigo ficar correndinho atrás de homem pra conquistar, ele ou meus desejos. E, tá, ok, é realmente assim. Eu abro mão de muito por orgulho de auto-depreciação (começo a achar que a pessoa não me quer porque né, é obvio que ela não quer, porque veja bem se ela ia querer alguém assim, nem pensar, olha, toda errada desse jeito, quem iria gostar, realmente, não é possível, já foi, acabou.). Mas aí eu lembrei do meu último-atual-acabando ~romance~ e cara, hu.mi.lha.ção. Porque o tipo me manda uma música chamada It Ain’t me, babe que, pô, fale sério. Quer melhor fora? E se afastando e cortando mini gestos de declaração e deixando de responder big declarações escritas.. E a bocó esperando e respirando e sofrendo.

Eu tenho mania de, quando há raivinha, dormir pensando nas besteiras ruins. E acordo e passou, tá tudo bacana e lindo de novo. Aí um dia eu abro e olho e, veja bem, o sentimento de tristeza continua ali. E é nesse dia que eu sei que começou a acabar. Porque não adianta mais tempo e sonhos pra me fazer esquecer. É necessário atitudes, coisas visíveis e reais. E né. Elas não chegam. E nem acho mais que elas não vão chegar. E esse achar que faz o desistir.. E dói, cara. Por mais que você saiba que é o certo, que é na verdade o único caminho, dói.

Porque aí você começa a sentir mais e mais saudades. Saudade até do jeito que falava. As palavras, as frasezitas que se completam, os chamamentos, os dengos. Porque são coisas ‘individuais’, que você só vai fazer com aquele menino, não pode ser igual. E se não tem ele.. Não tem mais nada. Acabou-se a fofurice, as meiguices. E cara, que saudade que dá de tudo. Que tudo que dá saudade. Que saudade.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Serena


Porque chega uma época que tudo que você quer da vida é tempo e serenidade. Sem correria, sem preocupações, sem choros no travesseiro, sem roer unha durante a prova, sem ficar com o coração chorandinho todo dia. E aqui em Brasília eu acho isso. Minha Oz, tudo colorido e tudo se ajeita. Minha casa, ao mesmo tempo. And there is no place like home.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

The little things




Porque eu tenho paixonites infantis, sem pés na realidade e sem razões. Só porque me trazem borboletas. Só porque eu quero. Nem sei por que o querer, vem do nada. Começa nas coisas bobas, sempre nas bobeiras. Eu me encanto em imenso com pequenas atitudes e partezinhas mínimas do jeito da pessoa. É tão fácil me conquistar. Eu não preciso de alguém que converse comigo todos os dias, o dia todo. Quero é quem me manda mensagem de madrugada. Não fico desejando presentes caríssimos escolhidos a dedo. Sonho com quem me dá o presente mais besta, mas que tenha uma história, que tenha um significado. Não quero declarações de amor perfeitas, mas quero me sentir the one. É um conto de fadas sem magia. A la Gisele, sem nem perceber, sem nem imaginar. Quando vê, pimba, tá encantada. E é só seu e ninguém mais pode entender por completo. Como se fosse um segredo, só duas pessoas podem saber como é, só elas entendem cada pedacinho da trama. É nos detalhes miúdos, sabe? São eles que me prendem.


"é muito difícil ser do jeito que eu sou, nos dias de hoje. porque boa parte dos caras legais tem namorada, ou é gay, ou está apenas querendo se divertir. e eu sou pessoa estragada por filmes e séries, onde você tem um encontro incrível na locadora, ou na lavanderia. eu não tenho encontros incríveis. e eu não sou pessoa que transforma 5 minutos de small talk em assunto pra vida toda. repito. eu não sei jogar cabelo. eu não sei gargalhar e jogar o rosto pra trás. eu não consigo fixar o olhar durante cinco segundos sem desviar, envergonhada. foi daí que surgiu a brincadeira de eu dizer que tenho 13 anos. eu tenho que ser tomada de assalto. de um jeito que desconcerte, senão a coisa toda se esvai."


sexta-feira, 21 de maio de 2010

Entorpecida


E aí que Keu me pediu pra escrever no blog, nessa minha fase mega efusiva, porque os últimos posts são uma sucessão de bad vibe e pensamentos tristes. E hoje eu realmente quis escrever, quis falar e falar sobre os últimos dias de euforia aguda, extravasar esse excesso de sentimento bom. Mas, cara, eu nem posso. Aí eu fico tentando me conter pra não ser óbvia e né, óbvio que eu não consigo.

Lembro dos posts que eu tentava disfarçar paixonites e os seus alvos, mas todo mundo sacava só de saber a música que eu botei como trilha sonora pras palavras. E se eu olhar a última vez que escrevi algo assim, faz mais de um ano e, sério, tô há um ano esperando isso acontecer de novo. Isso, que eu digo, as borboletas. É meu sentimento preferido. Não existe nada igual, nada que te faça sentir mais viva e nada que traga mais sorrisos/risos, que é aquele tipo de sorriso de orelha a orelha, com bochechas doendo e olhos felizes. E aí se eu for tentar lembrar qual foi a última vez que essas borboletas vieram acompanhadas de histórias conjuntas, de um príncipezinho que soubesse que tinha esse posto (e quisesse ter), entro num túnel do tempo e saio lá pra 2006. E, cara, sério? Quatro anos? Como consegui viver sem?

É aquela coisa, sabe. A gente se acostuma com relacionamentos fast-food. Daqueles que são rápidos e te fazem mal. Mas eles são práticos e quando você tá com fome, é o que sacia. É pela diversão e pelo tom de errado da coisa. Mas cansa. Você um dia percebe que não quer mais trocar um prato da comida da sua casa (seja onde sua verdadeira casa for) por uma lanchonete qualquer. Quer algo preparado com carinho, com cuidado, demorado, que você pare a vida pra curtir as garfadas e sinta que foi feito pra você. Minha comida preferida é besta, é infantil, mas é a que me leva quentura pro coração. E é isso que eu quero, sabe. Coração quente, borboleta no estômago e sorvete derretido descendo (meio quente, meio gelado, totalmente formigante) . Quero escola de samba no peito (tumtum-tumtum-tumtum), montanha russa, pipoca na panela de tampa aberta e queda de prédio de vinte andares. Quero querer tanto que...É tanto, é tanto. Quero euforia. Quero.

E eu tô ganhando. Ganho várias coisas, tantas coisas. Ganho mini-declarações, ganho horários errados e burlados, ganho atenção diária, ganho carinhos e mimos, ganho mil músicas e títulos de livros e filmes perfeitos, ganho chamamentos lindos, ganho caranguejos. You give me feelings that I adore. Como é que nega isso? Como deixa de querer? E cara, eu sei, é estranho, é meio fantasioso, é irracional e ninguém entende. Eu não quero ser entedida, quem faz sentido é soldado. "If it makes you so happy, it can´t be that bad." E ele me faz tão bem, ele me faz tão bem. Há exatamente um mês. I have even got the month of may with my.. boy.

Lembrando que eu falei pra parar de brincar, senão ia se arrepender. "-You have to promese you won't fall in love with me. -That is not a problem.". Eu avisei, não sei ser café-com-leite. E aí a vida ficou perigosa. Ficou encantada. E eu /amo.

sábado, 15 de maio de 2010

Um bom desaniversário pra mim


Coisas que estou odiando nesse momento:

1. A obrigação social de comemorar
2. O dever de, além de festejar, ter que escolher horário, dia e local pra isso.
3. O desespero da semi.velhice chegando a galope
4. A saudade/falta de quem está longe.
5. A alta expectativa que dias assim geram e as mini-decepções que já estão acontecendo mas, certeza, irão aumentar.


terça-feira, 11 de maio de 2010

Se soubesse...


"- Se ela tem mais de oito anos, já não está mais na categoria de “muito jovem", bufou ele. – Que idade ela tem?
- Vinte e três – murmurei.
- Então já está grandinha para saber das coisas – afirmou ele. – Aposto que ela tem um edredom cor-de-rosa e chinelos no formato de Mr. Blobby - acrescentou, torcendo a boca com nojo. – Deve adorar crianças e animais, e acorda bem cedo todos os domingos para assistir a seriados açucarados na tevê.
Se ele soubesse o quanto chegou perto...

(Casório - Marian Keyes)