quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Sucker love, a box I choose


I cheated myself, like I knew I would. Então estamos aí de novo, começando a jogar um jogo que eu já tinha virado o tabuleiro.

O pior é que sabe, não há instruções. A gente joga aprendendo, quase um '-eu não sei dançar -me acompanhe que a gente se vira', mas sem saber quem é o condutor de quem. E pés são pisados e ninguém tem direito de gritar, porque opa, eu nunca disse qual era o ritmo de qualquer jeito. Eu danço tango, ele dança funk. E nem combina, combina não.

E agora silêncio no salão, vocês ainda vão querer continuar a noite? Ou já passou da hora de juntar as tralhas que sobraram e ir pra casa? É cedo, é cedo, toma a saidera, toma mais uma caixa, fica até o dia clarear, faz da vida uma festa. Ninguém consegue. Até carnaval são só 6 dias. E agora que o céu já mudou de cor, é tarde, é tarde. Quando eu vou te ver, amor? No other box I choose to use.

Porque meu coração é um vagabundo, é prostituído por tudo que me faz rir, por tudo que me traz borboletas e tudo que me faz ficar aqui, acordada, essa hora, pensando e repensando no que aconteceu e no que vai acontecer e no que eu posso fazer acontecer. Ou não fazer. É uma escolha, sempre é, sempre. E quase todo dia eu vejo o sol nascer.

And if you really gotta know, I'm not doing so good. Porque falta tanta coisa, é só janela e cortina e eu odeio essa coisa mais ou menos. Quero mais mais mais, nunca o menos. Adrenalina, mesmo que artificial, mesmo que inventada, mesmo que dure pouco. E não quero mais o let's play pretend. Eu quero jogar pra valer, sem café com leite, sem dois altos. Quero o pino vermelho, deixa eu ser o pino vermelho. Eu deixo você começar. Você sempre começa. Eu só espero a minha vez.

You can catch me. But don't you run, don't you run. Nem sei por que. Nunca sei. É tanta coisa por dizer. Fica o dito e o redito por não dito. E eu fico sem respostas. Me questionando, over and over again, as mesmas perguntas. Get a load of me, get a load of you. É mentira. Eu nunca canso. Nunca.

domingo, 23 de janeiro de 2011

(falsa) consideração

Jorge Aragão é gênio.

E eu nem achei estranho. Acabei de perceber. Porque eu já sabia que era isso que ia acontecer. Exatamente como eu previa. As pessoas agem exatamente como eu vejo, na minha cabeça, elas agindo. E você nem sabe se o pior é a história em si ou a pouca importância que você recebe por causa dela.

Mas sempre resta aquela pontinha de esperança né? De que alguém não haja como o esperado e te surpreenda de um jeito bom. Que seja diferente, nem que seja um tantinho, e faça você repensar nos seus conceitos de premonição. Mas aquela velha frase diz tudo: 'não importa o quanto você se importe.. algumas pessoas simplesmente não se importam'.

Zero.

Agora eu sei. Mas não faz mal. Mas tudo bem.

Aprende, Mariana, aprende.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

não quero ser mais desse mar


E no meio disso tudo ouço Bial falando em Pequena Sereia, falando em Ariel e fico naquele ciúme louco que me dá quando alguém rouba um posto que é meu, mesmo que seja um posto que eu mesma tenha me dado, mesmo que seja o posto de um personagem infantil inventado. E começo a pensar no porquê sou Ariel e se a história não estaria se repetindo de novo. Sempre está. Porque sempre se repete, pode ver. Todas as meninas sempre vão ser a mesma princesa, mesmo que não queiram, mesmo que não gostem. É assim que é.


E hoje eu disse que cansei de ser a sereia. Quer dizer, já cansei há muito tempo, bem se vê. Mas agora cansei mais. Quando as coisas ruins acontecem, eu não tenho a preocupação de questionar e filosofar sobre. Só quero que a agonia da tristezazinha termine logo. Sim, sim, eu sei que vai acabar. Tudo acaba, durando o tempo que tiver que durar, sendo 1 semana ou 3 anos, mas acaba. E eu não fico mais querendo saber se vai chegar outro ou quando será. Porque eu não quero que chegue. Não quero me apaixonar mais. Já tinha decido isso antes, mas nunca disse em voz alta, de ser realmente verdade. Agora é.

Não vale a pena. É sempre do mesmo jeito, sempre o mesmo caminho, sempre o mesmo final. Toda vez querendo alguém impossível que mais cedo ou mais tarde vai demonstrar sua impossibilidade e me fazer cair de 12 andares sem respirar. E aí são tempos e tempos olhando por céu, estatelada no chão, reparando os danos, me curando dos machucados, tentando levantar de novo. Pra que, sabe?

Não vai mudar. Não vai. Então não quero mais. Agora, com a maior certeza do mundo.

sábado, 15 de janeiro de 2011

In the next season.... everything is gonna change.


Eu tenho essa mania sabe. De comparar minha vida com seriados. Como se existissem câmeras invisíveis em todos os cantos e tocassem músicas quando há os momentos marcantes e tudo fosse muito caracterizado em personagens. Talvez porque minha vida seja o Mev** e o Mev, sendo a réplica perfeita de uma cidade do interior que é, grita drama, drama, drama. So much drama.

Aí eu divido tudo em temporadas, de tipo “aquela fase de calourice e inadaptação foi a primeira temporada, tudo muito cru, muito no sense” e agora, na fase pré-final, achando muito que a passada foi a melhor season de todas, com minha turma de formatura comandando a faculdade e eu e meus amigos comandando essa turma. Foi lindo, com dias que todo mundo ia comentar horas e horas sobre depois, mega ansioso pra próxma semana, pra ver o que ia acontecer.

Sim, existiram momentos e até temporadas inteiras entediantes e que eu mesma desistiria de assistir. “A série perdeu a mão”, diriam. E olha, perdeu, perdeu-se, eu me perdi. Mas me encontrei, melhor, tão melhor. Mais centrada, mais certa do que eu queria, conseguindo equilibrar (na maioria das vezes) serenidade com euforia.

E hoje eu acabei (pela milésima vez) a 1° temporada de Laguna Beach e rola toda aquela vibe de despedidas porque eles vão pra faculdade e vão deixar a cidade e vão se distanciar de tudo que conhecem. E nesse ponto, veterinária é bem igualzinho: a gente se forma e valeu, foi bom, adeus. A maioria volta pro interior ou pra sua cidade linda e vai tocar a vida. So far away. E, como eu disse, eu tô acabando a penúltima temporada da vida. As despedidas vão acontecendo, aos pouquinhos, aos ticos. Sonhos vão se tornando reais e outros vão caindo em meio ao vão. E a gente fica sem saber o que fazer com tanta coisa nova chegando, deixando pra trás uma rotina que a gente já tá acostumada há anos e anos pra viver a reta final. A gente fica sem saber o que fazer com o pedaçinho da gente que já morre se despedindo de gente que já tá indo, imaginando quando for com você. A gente fica sem saber se vai conseguir mesmo. Ir embora.

Porque as dúvidas pipocam e são caminhos diferentes demais oferecidos. E cada escolha é uma renuncia.. E ô renúncia que vai fazer falta. Independente de qual for. E agora me sinto muito em um Being Mariana, tendo que apontar meu dedo pro que eu escolher e assumir os erros. E eu não faço a mínima idéia do que escolher. A mínima.

** escola de medicina veterinária da UFBa

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Dona de mim

Sobre 2011

a ideia é ser mais blasée. eu ando um pouco cansada dos extremos. eu fervo ou gelo, minha mãe sempre diz. dra freud falou, outro dia, você é passional demais. você, no caso, era eu.

eu sou passional demais.

o pior é que ela está certa. eu faço drama pra qualquer coisa, eu levo tudo às últimas consequências, eu sempre acabo arrasada, pro bem ou pro mal. eu choro até dormir, eu fico magoada de morte, eu me sinto injustiçada se as coisas não acontecem do jeito que eu quero. eu falo demais. escrevo mais do que devo, sobre coisas que talvez eu não devesse. me sinto facilmente rejeitada, destinada ao abandono. por meninos bonitos, por amigos, tudo e todos. tenho crises de ansiedade, me acho feia, burra, errada. como se fosse sorte as pessoas ainda me rodearem. acabo mais passive agressive do que eu deveria, o exato passive agressive que eu odeio enxergar nas pessoas, mas que eu faço igualzinho. medo de aborrecer, medo de desagradar, de ser desaprovada. em 2010 eu guardei essas coisas todas e vivi essa outra vida, que foi boa, foi ótima. mas eu não aprendi a desapegar desses sentimentos. então eu flanei lindamente como se nada disso existisse.

mas existe. está aqui.

eu sempre achei que eu fosse racional.

sempre achei que eu estava priorizando trabalho porque isso era o importante, e que depois todo o resto se resolveria. e eu evitei me encantar com meninos durante tanto tempo. foco no trabalho, eu pensava. ninguém é bom o suficiente, que valha o esforço, o desgaste. na verdade, tem um monte de gente que vale o esforço, que vale o desgaste. eu é que não sou pessoa talhada pra esse tipo de vida. por causa do drama. eu desmorono fácil. pareço feita de areia. basta encostar. basta não ligar. basta eu achar que fui abandonada, de novo e de novo. eu sou passional demais. eu não lido com abandono. não sou nada adulta pra isso. não sei sobreviver a isso, como todos os outros fazem, e seguir a vida, e não pensar. eu penso.

aos 31 anos, eu já devia saber lidar com essas questões. entender que nem sempre é pessoal, que nem sempre as pessoas me machucam de propósito. que nem sempre elas se importam, e nada disso é porque há algo que eu tenha feito de errado. é porque é assim que é a vida. e eu já devia saber que a vida é assim, a essa altura do campeonato.

acontece que eu não sei. e ser blasée é o exercício que eu me proponho, numa tentativa de me proteger do resto todo. do peso das coisas. do peso que as coisas não precisam ter. mas que eu ponho, toda vez. se eu conseguir ser blasée, então as coisas poderão ser mais leves. e eu não vou sair tão machucada, sempre. e eu não vou me rasgar no blog, e nem na vida. eu vou ter achado um ponto de equilíbrio, um meio-termo.


Cara, eu podia ter escrito isso. sou eu, todinha, igual. Ano passado eu tinha dito que queria pra minha vida 'adrenalina e desapego' e então, tive. Em 2010 fiz tudo que eu queria, vivendo no abismo, arriscando e me divertindo em imenso. E tentei me desapegar das coisas, não pensar tanto, não ficar sem dormir por uma coisa mínima, não tentar ler as pessoas nas entrelinhas. Consegui, em algumas coisas. Evitei algumas brigas porque deixei de lado aquela situação, não falei tudo que me vinha à cabeça, como sempre faço. Respirei 100 vezes, preferi por várias vezes desistir do que tentar entender ou fazer os outros entenderem. Blá blá blá whiskas sachê i can't care less. Quantas vezes disse isso? Quantas vezes pensei 'let it go'?. E assim foi. Foi uma vida mais positiva, mais tranquila, de só se divertir e não parar pra pensar se daqui a 1 mês ainda ia ser divertido ou se eu deveria ter feito isso mesmo ou se haveriam consequências ou se poderia ter sido diferente. Porque não foi diferente e é isso que importa. Pra que remoer e ruminar e repensar idéias que nunca serão fatos? Pra que pensar 'e se' se esse se nunca chega?

Mas será que a gente muda mesmo? Será que é eterno esse desamarro? Estou mesmo parando de ser Maria do Bairro pra começar a ser essa nova personagem mais centrada, mais madura, mais serena? Parando de gritar por bestagem e ficar sofrendinho e ir tomar satisfação e contar pra todo mundo e escrever em folhas de caderno tudo que estou pensando (e o que acho que a pessoa está pensando)? Parando de deixar os outros me afetarem tanto, de me importar com o que não é importante, de achar que só porque eu sou assim, todo mundo tem que ser? Sendo mais dona de mim?

Sei lá, sabe? Sei lá. Deixa o tempo dizer.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Felicidade é poder estar com quem você gosta em algum lugar


Eu tinha muito medo dessas férias, apesar de ter desejado ela como nunca, no último mês. Quando tava afobada com as provas e finais e trabalhos, queria isso mesmo que fosse pra ficar dia após dia em casa, sem fazer nada, olhando pro teto. Só que a correria de fim de semestre + comissão acostumou e quando eu em vi sem ter o que estudar e resolver, meio que desesperei.

Fiz, como sempre, um retiro espiritual na casa da família (nesse ano, na do meu pai). Me limpou. Minhas costas pararam de doer, pude deixar de tomar meu remédio diário de enxaqueca, comi tudo que não conseguia pelo nervoso anterior, vi mil seriados e filmes, dormi milhares de horas. E enjoou.

Desesperei, porque comecei a imaginar 3 fucking meses sem ter o que fazer em Salvador, sem dinheiro, sem saco pra ensaios de verão, sem amigos por perto, sem nada. Só que os milagres acontecem e, olha, tô felizinha. Não vou dizer que tá um clima de adrenalina e putetê, mas bem que tivemos nossos diazinhos de cachaça. E diazinhos de filmes com a galerê. E diazinhos de jantar, feitos e comprados. E diazinhos de gente dormindo aqui em casa. E diazinhos de botecos e conversas bestas. Tudo leve, bem leve, mas colorido, sabe? Como sorrisos de covinhas no rosto. Como tudo deve ser.

sábado, 1 de janeiro de 2011

O começo do fim

Eu nunca me empolgo pra reveillon. Quem me conhece sabe. Eu odeio festas grandes, dessas com open bar e ingresso de mil dinheiros, de gente mega produzida e bêbada nos cantos. E nem ligo pra essa coisa de 'virada de ano', porque pra mim é só mais uma mera formalidade mimimi que nêgo faz muito auê em volta.

Esse ano, a pedra já estava cantada. Se eu inventasse de parar pra pensar na vida durante a noite do dia 31, ia rolar uma deprê fenomenal. Porque 2011 vem e traz com ele uma quantidade tão gigante de mudanças e despedidas, que eu tenho certeza que nem noção da imensidão disso eu tenho ainda. Mas eu aceitei ir pra um 'mini-reagge', um encontro de uma galerinha na casa da família de uma amiga e depois come água na praia com aquela resenha besta que aprendi a me divertir nos últimos anos. Na esperança.

E aí que as coisas não foram do jeito que eu imaginava, não foram do jeito que foram combinadas. Já começou errado, sabe? A vibe, a energia, tava toda errada. A consideração em falta. Eu já sentia. Mas levei, porque a gente tem que relevar. E meia hora depois já tinha provas que ia me arrepender.

A noite toda foi uma coisa estranha. De horas dentro de um carro cheio, com toda a gente falando pelos cotovelos. De chegar em uma festa de família e não saber onde enfiar a cara, porque não fui apresentada a ninguém. De escutar a mãe da pessoa falando exatamente o que eu queria falar, o que eu já tinha começado a falar alguns minutos antes, de concordar com o coração com várias frases, mas sem poder dizer um 'ai'. De virar o ano com gente chorando do lado e todo o resto sem saber como agir. De ter uma pessoa de cada lado seu pedindo pra você pedir pra ir embora e você pedir e receber patada. De começar a ir embora e todo mundo sem saber o que fazer, pra onde ir, o que beber, porque o que tinha sido combinado não foi feito. De falta de atitude de falar uma frase, de tomar uma decisão, de dar uma opinião.

E então eu fiz o que sempre faço quando me vejo em uma situação que não quero: volto pra minha casa. E então a briga começou e não parou mais. Gritos, gritos e mais gritos. Só isso. Coisas jogadas na cara que eu nem pedi e nem fazia questão, coisas acusativas que eu sei que eu não mereço (pelo contrário), coisas faladas que eu já vi sendo faladas pra pessoas que não eram nada, coisas que você não vai poder apagar da memória ou 'desdizer'. Porque eu passei de melhor amiga pra 'quem é você?'. E aí morreu. Morreu nesse exato momento, porque eu sabia que era um ponto final, pra mim e pra ela. Por ela estar falando sabendo que era eu quem estava escutando, sabendo que eu saberia entender exatamente o que ela quis dizer com isso. E eu soube. Ponto final.

Eu disse ali no início que eu não ligo pra reveillon. Mas eu tenho somente uma tradição, minha, só minha, que só eu sei e só importa pra mim. Como no natal, que todo ano, alguns dias antes eu peço um 'presente' de algo que eu esteja querendo muito e que não dependa de ninguém mais pra conseguir. E todo ano eu consigo. No ano novo, eu faço o mesmo. Peço uma ou duas palavras que resumam o que eu quero pro próximo ano que vem. Em 2007 eu pedi 'um ano memorável'. Em 2008, paz. Em 2009, agito e paquera. E em 2010, adrenalina e desapego. E eu consegui em todos eles, ao pé da letra. Esse ano, meu subnick era '2011: the best season finale ever'. Porque eu sabia que iria ser um ano de últimos capítulos, de fins e pedi isso. E o pedido é cumprido, no matter what. Só esqueci que o jeito que ele é cumprido, já é outra história.

Começaram os fins, as despedidas, os últimos capítulos e os pontos finais. Nunca achei que seria dessa forma logo de princípio, tão doída, tão catastrófica, tão decepcionante. "He who foresees calamities, suffers them twice over." Não sei como viver sem ainda, como ouvir músicas e não lembrar, como pensar em tirar o nome dos agradecimentos, como pensar que não vai ter mais uma pessoa pra contar, pra saber que tem carinho gigante, pra chamar de melhor amiga. Depois de horas tô me permitindo chorar como eu queria desde que pus o pé pra fora do carro. E sei que ainda não é bastante. Nunca vai ser.



Tudo passa...Tudo sempre passará. (será?)