quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Be careful what you wish for


É nessas que eu percebo o quanto a vida é uma eterna piada gigante sobre coincidências e timing.

Coisas que eu desejei por décadas acontecem agora ao ritmo de galope e eu nem me dou conta. Dessas situações que você fica esperandinho, com dedos cruzados, pedindo só pra ter uma oportunidade, uma só e, não: nunca vem. Cada momento pequenininho vira uma relíquia que você pega e guarda naquela caixinha do coração que quando aberta, faz voar todas as borboletas do mundo. E você vive os dias desejando que mais um venha, mais um, mais um, só mais um..

Aí pronto. O tempo passa, tudo passa. E um dia você percebe que aquilo que você queria acontece diariamente agora e você nem se deu conta. Porque você não quer mais. E sabe, nem tem tanta graça assim. Talvez porque nunca houvesse de ser, talvez porque demorou tanto pra acontecer que perdeu o tom de surpresa, talvez porque você viu que não era nada demais, talvez porque agora você pode ter.

E quando você tá notando tudo isso, naquela descoberta lerda que acompanha as pessoas que tem muito mais pensamentos que suporta a cabeça, vem o destino e te prega uma peça. Olha bem no seu olho e te diz: "Não era isso que você queria, não era exatamente coisas como essas que você implorava pra ter? Toma, leva um bucado. Se divirta!". Bem assim, como se estivesse te dando um presente.

E né. Não, eu não queria. Não queria nada, não fazia questão de qualquer pagamento atraso do poço dos desejos. Porque nem tinha mais graça, tanto faz, tanto fez.

Como vocês sabem, todo poço tem que ter uma moeda para trocar pelo pedido. Mesmo que você já tenha esquecido que pediu, vem ele todo todo cobrar o que lhe é de direito. "Não te dei o que você pediu? Agora pague o preço". E adivinha só: é um preço enorme. Tenho que pagar um preço absurdo por uma coisa que eu não quero mais. E nem devolver posso, porque poços e gênios e bruxas nunca deixam você voltar atrás. Nunca.

É aquilo que dizem, sabe? Cuidado com o que você fala, porque o mundo tem ouvidos e pode escutar. Cuidado com o que você deseja, porque pode se realizar. E ele escutou e resolveu realizar. Como sempre, da maneira mais errada que podia.


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Ao menos gozarei de um aparato de ventura.


Porque mesmo que seja lido pela 4° vez, Senhora sempre é lindo e sempre fala dessas coisas que eu estou vivendo.

Decorreram meses. De repente, sem causa conhecida, com o contraste e o improviso que tinham as resoluções dessa mulher singular, operou-se uma revolução na casa das Laranjeiras, e na existência de seus moradores. Saiu Aurélia do isolamento a que se condenara durante tanto tempo, mas para lançar-se no outro extremo. Mostrava pelos divertimentos uma sofreguidão que nunca tivera, nem mesmo em solteira. Entrou a freqüentar de novo a sociedade, mas com furor e sem repouso.

Os teatros e os bailes não lhe bastavam; as noites em que não tinha convite, ou não havia espetáculo, improvisava uma partida que em animação e alegria, não invejava as mais lindas funções da corte.

(..)

Esta ânsia de festas e distrações sucedendo a uma inexplicável apatia e recolhimento, faziam desconfiar que Aurélia buscava na sociedade, não o prazer, mas talvez o esquecimento. Porventura tentava aturdir o espírito, e arrancá-lo por este modo às cismas e enlevos em que se engolfara por tantos dias?

— Deve estranhar esta febre de divertimentos? Disse ela ao marido. É uma febre, é; mas não tem perigo. Quero que o mundo me julgue feliz. O orgulho de ser invejada, talvez me console da humilhação de nunca ter sido amada. Ao menos gozarei de um aparato de ventura. No fim de contas, o que é tudo neste mundo senão uma ilusão, para não dizer uma mentira? Assim desculpe se o incomodo, tirando-o de seus hábitos para acompanhar-me. Há de reconhecer que mereço esta compensação.


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Eu queria que essa fantasia fosse eterna...

E surpreendente, tudo está dando certo. Depois de toda a confusão do último post, parece que só o fato de ~chorar no ônibus~ fez tudo ficar mais leve.

Festa da Ovelha virou uma dessas noites que você vai levar pra vida. E eu sempre achei que seria, porque é uma tradição que junta galera do Mev, forró e fantasia, ou seja: não tem como ser ruim. Mas é tanto detalhezinho problemático no antes, na arrumação, que comecei a esquecer da sensação que eu previa. E ela veio. E foi perfeito.

E aí você vê fotos sequeladas e ouve as resenhas mais loucas e recebe elogios de todos os cantos. E começa a lembrar tudo de lindo que aconteceu, sexta e durante esse semestre todo. E vê sorrisos das pessoas e bota um sorriso no rosto. Gigante. Há 3 dias. :)


Resume:


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

It's like a bad day that never ends

Eu voltei a ser o tipo de menina que chora no ônibus, sabe? Que bota o óculos escuro pra ninguém perceber. Que tampa o nariz vermelho pra ninguém ver. Que quer que o chão abra e engula tudo aquilo ali, pra não existir mais nada.

Porque, sabe, chega. Eu queria muito contar só um pedaço da minha vida pra essa galera otimista-calma-tudo-dá-certo calar um pouco a boca diante da vida.

Contar que você tá lá, há 3 dias só dormindo e vomitando, vomitando e dormindo, sem conseguir comer, sem conseguir organizar as coisas da festa que já já chega, sem conseguir estudar pra prova de quarta.

E quarta chega e você não consegue dormir porque, óbvio, o destino tem que ficar contra você. E a prova é feita e, surpresa surpresa, de mau a pior. Porque aquela nota 4 vai ficar toda pomposa perto dessa que virá. E quem disse que ia ser o último semestre de matéria? E quem quer se formar em 2011.1?

Então vem reunião da comissão, como o assunto mais empolgante dos assuntos empolgantes da terra da empolgação: festa da ovelha. Quer dizer, você achou que seria (empolgante). Porque a essa altura, você só quer ficar em casa a noite toda vendo filme e comendo besteira. Mas né. Aí é gente reclamando do dia da festa (que eles votaram há 2 semanas atrás), gente reclamando do lugar da festa (que conseguimos arrumar correndo Salvador inteira igual louca numa sexta de insolação), gente reclamando do cargo na festa (porque né, festa é pra se divertir, não pra trabalhar -mesmo que seja a festa que sua comissão está organizando), gente reclamando da reclamação, gente. Cara, é tanta decepção que não dá nem pra contar. Pessoas que você tinha como bff, guardadinho no coração, caramelos, nem aí pra nada. Nem aí pra você. E você senta numa cadeira e desiste né? Deixa rolar. Porque não tem nada mais a fazer.

Aí é sair ouvir piadinha de merda de gente idiota e é andar no sol matando e é perder o ônibus.. E aí é receber ligação do seu pai dizendo que sua atual ex-madrasta tá chamando você e suas irmãs de vagabunda/vadia/puta por email e veja bem, ele tá repassando esse email pra você. E aí você pensa: "cara, antes eu tivesse o porquê ser chamada disso tudo". Porque né?

Choro. E mais choro. E mais um pouco. De tudo. E de nada. Acabou? Acabou não.

sábado, 6 de novembro de 2010

Eu não tenho esse dom de apaixonar as pessoas por quem eu me apaixono.


Sabe qual o problema? A gente cansa. Não, na verdade, eu já tinha cansado. Há tanto tempo, há muito tempo. E aí só vinha aquelas paixonites bobas de 3 semanas que te dão uns reboliços no estômago e você pensa que é de verdade. Sabe? Bem, elas não são. Porque exatemente, duram 3 semanas. Umas coisas bobas de querer ficar com o menino quando está completamente embriagada numa festa e coisa e tal. Mas saber que nem pensa em, sei lá, almoçar com ele numa segunda. Porque a graça das paixonites está bem aí: elas são ilusórias, vivem nos momentos bons, as noites de risadas. Você não quer uma paixonite pra te ajudar a passar por épocas difíceis, você quer ela pra sentar do seu lado no boteco e dar uns beijos bestas e ir dormir junto. E servem, até, bem pra isso mesmo, divertir e rir.

Mas é tão diferente quando você gosta de verdade de alguém, sabe? Tipo, gostar de verdade verdadeira, dessas verdades que vão te fazer ficar sem dormir. Porque muda tudo se você não conseguir. Não é mais querer pra besteiras e querer pra curtir e querer por querer. É deixar a pessoa fazer parte da sua vida e ter um pedaço seu e conseguir um poder enorme sobre você. De realmente melhorar tudo se ela está presente. Porque ela é um presente. Mesmo que nem saiba.

Aí você se entrega né? De se mostrar por escrito, por falas, por caras de felicidades, por gestos bestas e coisa e tal. Daquelas coisas que você vai ter uma vergonha enorme daqui a um tempo. E também daquelas coisas que não conseguem ser contidas. Sabe quando você toma dramin e se você não dormir, toda uma agonia toma conta de você? E quando você quer tossir até morrer numa prova e sabe que todo mundo vai se incomodar, mas tosse? E quando você sente uma coceira e coça? É assim. As vezes a gente se declara sem nem esperar uma declaração de volta, é só porque não consegue mais segurar. E é tão bom quando acontece...

Aí hoje parei e pensei quantas pessoas já conseguiram fazer isso comigo. Quantas pessoas já tiveram a capacidade de poder mudar meu dia, meu mês, meu ano. Quantos homenzinhos eu poderia olhar no olho hoje e falar: cara, eu fui tão apaixonada por você que não consigo nem explicar. Olha, poucos. Pouquíssimos, sabe? Deve nem dar cinco dedos. E todos eles souberam, porque obviamente eu não consegui controlar a boca, o rosto, a mão, o estômago. Ninguém consegue. E aí a gente pensa: como que as pessoas dão pouca atenção a isso né? De nem se importar e tal. Ou até se importar, que seja, mas não fazer nada por isso, não escolher tomar partido, não se alterar. Não se alterar. Eu ali, toda mudada, toda diferente por causa de alguém que.. Silêncio. Sei lá, vai ver as pessoas nem acreditam. Ou não percebem a dimensão. Ou não querem mesmo e acabou.

Mas eu me surpreendo o quanto você pode gostar de alguém e alguém nem tchum. Devia existir uma lei, sentimentos assim só poderiam ser bilaterais. Por que sabe o que machuca mais das coisas? Não é nem aqueles momentos de merda pós-fim, assim que acabam e você tá lá sofrendinho bebendo e chorando com música triste e sendo consolada pelas amigas. Isso passa, sempre passa. Demora mais ou menos, mas acaba passando. Só que tem uns momentos que você abre uma caixa, vê uma foto, lê um email, ouve uma frase que.. Te leva de volta pra pessoa. E aí você percebe que hoje não é nada e que você nem sabe como ela anda. Porque acabou. E dói, saca, porque acabou a história, acabou o fim, mas não acabou o gostar. Nunca acaba, quando é de verdade. E você começa a se perguntar de novo por quê acabou todo o resto e por quê só sobrou isso, memórias e essa tristezazinha que fica. E pensa no quanto deve ter sido fácil pra outra pessoa, porque né, se não fosse... Por que é sempre fácil pra eles? Por que não pode ser fácil aqui também?

E começo a lembrar da última vez que falei sobre e nas palavras que falei e de como falei. E demorou tanto tempo pra chegar de novo, pra acontecer de novo.. E agora, será que chega de novo? Será que eu vou ter coragem de, de novo, me dar tanto pra alguém? E quanto tempo vai demorar pra chegar? E quanto tempo vai levar pra acabar? Porque sempre acaba. Eu não tenho esse dom de apaixonar as pessoas por quem eu me apaixono. Sou, sei lá, um tipo não-apaixonável de garota. Paixões de verdade, eu digo, amores. E um dia eu percebo isso (que não há correspondência e nunca vai haver) e aí decido deixar de ser também. Mas né, fuga inútil. Porque estamos aqui ainda, sendo. Sempre sendo, sozinha, esperando, esperando e esperando que um dia acabe. E esperando que comece de novo. Pra acabar de novo. E vai ser um ciclo sem fim de entregas e decepções. E cansa. E eu já venho cansando há muito tempo. Eu já cansei.

E chegou. Desisto.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

É uma daquelas coisas que significa muito para você, sabe?

Raquel: sim, Pedro também tá jogando the sims
aí ele é adolescente.. e não podia morar sozinho. aí colocou ele com o papai.. colocamos ele velho. aí nao pode morar os 2 sozinhos também.. aí eu e Pedro fizemos você pra morar com eles..

Mary: HAHAHAHAHAHHAH
gente, não quero, pode expulsar eles da minha casa

Raquel: foi engraçadao porque a gente colocou vocês na casa e você e o papai já começaram a discutir
aí tinha que colocar o parentesco.. colocou você como filha do papai .. e não dava pra colocar Pedro como filho dele também
ah, antes.. Pedro não sabia quem fazer pra morar com ele e o papai aí ele: "faz a Mary, eu sempre quis morar com a Mary" hahaha
aí nessa hora do parentesco, ele : "ah, me coloca como filho da Mary, eu sempre quis ser filho dela mesmo.." hahahahahaa

Mary: HAHAHHAHAHAHAHAHAHH

Raquel: você é segurança, ganha 300 e pouco por dia
hoje você chamou a polícia, porque uma pessoa estranha entrou no prédio.. aí você ganhou 500 e pouco de recompensa




E só veio na minha cabeça: 8 meses. Só tenho mais 8 meses.