Eu tenho essa mania sabe. De comparar minha vida com seriados. Como se existissem câmeras invisíveis em todos os cantos e tocassem músicas quando há os momentos marcantes e tudo fosse muito caracterizado em personagens. Talvez porque minha vida seja o Mev** e o Mev, sendo a réplica perfeita de uma cidade do interior que é, grita drama, drama, drama. So much drama.
Aí eu divido tudo em temporadas, de tipo “aquela fase de calourice e inadaptação foi a primeira temporada, tudo muito cru, muito no sense” e agora, na fase pré-final, achando muito que a passada foi a melhor season de todas, com minha turma de formatura comandando a faculdade e eu e meus amigos comandando essa turma. Foi lindo, com dias que todo mundo ia comentar horas e horas sobre depois, mega ansioso pra próxma semana, pra ver o que ia acontecer.
Sim, existiram momentos e até temporadas inteiras entediantes e que eu mesma desistiria de assistir. “A série perdeu a mão”, diriam. E olha, perdeu, perdeu-se, eu me perdi. Mas me encontrei, melhor, tão melhor. Mais centrada, mais certa do que eu queria, conseguindo equilibrar (na maioria das vezes) serenidade com euforia.
E hoje eu acabei (pela milésima vez) a 1° temporada de Laguna Beach e rola toda aquela vibe de despedidas porque eles vão pra faculdade e vão deixar a cidade e vão se distanciar de tudo que conhecem. E nesse ponto, veterinária é bem igualzinho: a gente se forma e valeu, foi bom, adeus. A maioria volta pro interior ou pra sua cidade linda e vai tocar a vida. So far away. E, como eu disse, eu tô acabando a penúltima temporada da vida. As despedidas vão acontecendo, aos pouquinhos, aos ticos. Sonhos vão se tornando reais e outros vão caindo em meio ao vão. E a gente fica sem saber o que fazer com tanta coisa nova chegando, deixando pra trás uma rotina que a gente já tá acostumada há anos e anos pra viver a reta final. A gente fica sem saber o que fazer com o pedaçinho da gente que já morre se despedindo de gente que já tá indo, imaginando quando for com você. A gente fica sem saber se vai conseguir mesmo. Ir embora.
Porque as dúvidas pipocam e são caminhos diferentes demais oferecidos. E cada escolha é uma renuncia.. E ô renúncia que vai fazer falta. Independente de qual for. E agora me sinto muito em um Being Mariana, tendo que apontar meu dedo pro que eu escolher e assumir os erros. E eu não faço a mínima idéia do que escolher. A mínima.
** escola de medicina veterinária da UFBa
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