sábado, 1 de maio de 2010

O que mais te atrai é justamente o que te leva à loucura


Ouve aqui ó: If I Ever Feel Better

Eu tive um surto essa semana. Nem tentem sacar e buscar razões lógicas do porquê, nem eu sei na verdade. Sei que me peguei num mini-choro na aula de prática hospitalar e cara, nem lembro qual foi a última vez que tinha chorado na faculdade. Odeio me fazer exposta e mostrar pra quem eu não dei esse direito que tem algo errado na minha vida. Mas né? Tem tantas coisas erradas que acho que já extrapolou e acaba transbordando ao redor.

Faculdade tá me irritando um tanto quanto demais e eu começo a me arrepender de ter tanta matéria. Tá que não tinha outro jeito de ser, mas chegar exatamente no meio do semestre sem entender como passaram SÓ dois meses me assusta. Primeiro porque tem mais dois meses inteirinhos pela frente e eu não sei nem como passar por eles. Segundo que vejo que passou esse tempo todo sem eu ver. Sessenta dias de semi-vazio, porque quando eu olho pra trás no meu passado recente, poucas coisas são lembradas.

Eu quero ver minha família, quero chegar no aeroporto de Brasília, quero deitar na *minha* cama e debruçar na janela de madeira, quero dirigir sozinha por estradas retas cantando a música preferida do momento. E eu sei que parte dessa psicose é porque não sei viver sem meu porto seguro e tá quase fazendo aniversário a última vez que fui lá. E aí penso que tudo que eu queria no meu aniversário, era arrumar minhas trouxas todas e sentar num avião só com a passagem de ida. Eu sempre vi aquilo lá como uma fuga, mas começo a acreditar que é uma necessidade. É questão de não conseguir viver sem.

Aí além de dias de drama-cidade, acontece toda uma nova história somuchcrazy na minha vida. E fico tentado me equilibrar numa corda bamba de sombrinha. De um lado tem meu coração e do outro a razão. Um conto de fadas e um documentário. E cada hora eu caio um pouco pra um dos abismos. Tenho que tentar ser politicamente correta, mas aparecem várias borboletas me tirando a atenção e fazendo pisar em falso. Olho pra baixo e dá um daqueles frios na barriga pelo medo da altura. A queda é grande. E é tão real. Mas não dá pra voltar atrás, não vejo o ponto de partida. Nem o de chegada e o problema tá todo aí: nem sei se ele existe. Só posso ficar parada, me desequilibrando, bambeando, esperando uma ventania mais forte me derrubar, fazendo escolhas que eu não faço.

É tanto na cabeça e tão pouco nas mãos. Tudo chegando a galope e eu tô apática sem conseguir agir. Preciso de um estalo, mas sei que só eu posso me dar. And I can't care less. Não me importo com mais nada. Só quero o que faz bem. E tão poucas coisas fazem que, ó.. Só quero nascer de novo e ganhar novos dons (bela adormecida feelings). Esses daqui, mandei devolver. São eles, no final, que transformam minha vida nessa novela mexicana toda.

Eu era demasiado nova, queria viajar, divertir-me, dormir com outros homens, ter outras aventuras, crescer sozinha, viver a minha vida, ter a minha casa, numa palavra, ser independente. Só que agora, depois de ter alcançado tudo isso, quero mais, quero outras coisas: estabilidade, filhos, uma casa de família, todo um quadro idílico que já pintei no meu imaginário e do qual quero fazer parte sem ter como nem com quem.


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