quarta-feira, 5 de maio de 2010

O Ctrl C Ctrl V diário


I feel sick. No sentido de enjoada, no sentido de irritada, no sentido de cansada disso tudo. E eu tenho uma pia cheia de pratos e panelas sujas, tenho milhões provas pra estudar, monografias pra fazer, seminários pra apresentar, artigos pra traduzir e tudo que me dá vontade de fazer é pegar uma mochila grande e encher de roupas que eu não vivo sem e ir pra algum lugar longe daqui. Mas não é um lugar qualquer desse que eu já conheça o cheiro, as cores e os caminhos, quero algo novo e excitante, sei lá, que me faça respirar fundo e pensar “que legal isso aqui.” Quero conhecer coisas novas e encher minha alma de pensamentos novos porque, juro, eu não aguento mais ter os mesmos pensamentos ruins a cerca da mesma coisa por um dia inteiro. É cutucar feridas e parece que eu tenho mesmo alma de médica e adoro isso. Esfregar, esfregar. Mas nunca tá limpo e por mais que eu tome essa decisão ou aquela, sinto que tô errando. Em tudo.


E eu quero mesmo me formar no tempo que eu quero e posso, se der tudo certo. Porque eu quero chegar em um dia qualquer daqui a pouco e falar: cara, eu me formo em 6 meses. Assim, como já estivesse predestinado a ser desde que eu comecei essa história toda. Por mais que eu ame estar com coisinhas indefesas e aos cuidados por uma tarde inteirinha e saber que no fim do dia você ta morta de cansada, mas feliz e calcular doses e aplicar anestesias e fazer cirurgias e falar pra todo mundo com um orgulho do tamanho do mundo que eu vou ser veterinária [em breve, em breve], eu ainda sinto que falta alguma coisa.


Tenho saudade de escrever sobre o que acontecia todo dia e saber exatamente o que eu estava a fazer essa hora a um ano atrás, mas, como eu disse, os últimos tempos são uma sucessão de aulas, reuniões de formatura, ônibus sozinha e tela de notebook. Não lembro mesmo, do um ano atrás, mas se você me perguntar o que eu fazia a 6 anos atrás, talvez eu saiba, talvez eu saiba.


E eu tô cansada de todo dia ela faz tudo sempre igual, mas ao mesmo tempo essa última rotina me agrada, porque apesar da mesmice, é segura. Medo da mesmice que vem depois, seja ela qual for, porque independente de qual seja, vai ser algo que eu nunca vi, que eu nunca fiz. E tem aquele tipo de todo dia igual que você não deseja conhecer, porque é desesperador. Até mais do que esse e olha, é difícil ganhar do agora.


E só o que eu penso hoje é ir embora. Eu quero ir embora, eu quero dar o fora. E quero que você venha comigo.

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