quarta-feira, 28 de abril de 2010
And try to tell myself I can't go back to bed
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Tá difícil existir
domingo, 25 de abril de 2010
Visita anual à Terra do Nunca, última chamada
Mas né. Real life. É eu ficando mais idosa, é gente que eu esperava que se importasse nem mandando scrapzim, é galerê meio que cobrando uma comemoração, é saudadezitas de pessoas longe que tão se fazendo presentes de algum modo. E olha só, 24 anos? Sério, dispenso. Tô quase quase saindo da faixa dos vinte e poucos. E só eu sei quanto isso me assusta.
Eu não quero crescer. Eu não me considero adulta ainda. E pode rir aí do outro lado, mas bem, eu não tenho uma vida adulta. Adulta pra mim é quem tem vidinha nos trilhos, quem come arroz e feijão todo dia, quem acorda e veste uma roupa decente e vai trabalhar, quem paga imposto, quem SE paga. E oi, olha pra mim. Tô com as unhas rosa fúcsia, o cabelo ficou sujo de preguiça, não almoço quase nunca e deito pra dormir 5h da manhã. Minha roupa preferida é saia rodada, sapatilha roxa que doe horrores e uma babylook qualquer. E né. Eu prefiro ler Amanhecer que estudar Genética. 10 anos a menos me parece pouco pro que eu aparento.
Isso porque eu curto essa juventude. Ainda vivo uma vidinha marromenos do jeito que eu quero. Porque eu ainda posso faltar uma aula porque decidi ficar até de madrugada num boteco comemorando que Dourado ganhou o BBB. Ainda posso ver Coraline, achar o melhor filme ever daquele ano e baixar toda a trilha sonora. Posso querer um ovo de páscoa da Hello Kitty fantasiada de coelho. Me fantasio de coelho.
Mas então. Tá acabando. Me bateu um surto momentâneo de pintar o cabelo de uma cor muitcho linda mas chego e penso: oi, Mariana, não cabe mais. Não cabe mais comprar tênis vermelho. Não rola botar Trem da Alegria como toque de celular. Não-dá. E rola uma agonia porque eu devia ter aproveitado mais. Não sei nem como, porque, ói, amigo, aproveitei bastante e tô estendendo o máximo possível. E já me bate nostalgia de saber que a cada ano, vai acabando mais. Tipo que esse ano eu deixo de ser filha do meu pai. Hummm, corrigindo: deixo de ser legalmente dependente dele. Porque né. Nada vai mudar muito. But, anyway. Nunca parei e imaginei esse dia. Não sei se queria que chegassse.
E fora todo aquele Mc Blá de sempre, de minha mãe ter emprenhado de mim com 23 anos e eu estar só sozinha solteira, de ver nêgo mais novo ganhando horrores e eu mendigando mesada, de mal saber o que vou fazer no *futuro*, sendo que esse futuro já é presente e eu nem percebi.
Então, por favor, não gritem comigo por não estar vibrandinho pelas exatas 4 semanas que faltam. Mesmo que seja diretora de evento (?) de uma comissão de formatura, quero nada de festejar aniversário não. Eu não quero comemorar. Gente, alô, comemorar O QUÊ? Que vivi mais um ano? PAL-MAS. Mudei porra nenhuma desde o ano passado. Umas matérias a mais na lista do ‘já foram’. Mais peguetes que se transformaram em vergonhas e “um qualquer aê“. Mais festas e lugares que eu não consigo me adequar. Mais decepções e desentendimentos com caramelos. Talvez, de bom, um pouco mais de desapego que pode ser confundido com paciência e bola de amor, às vezes. Então né. Repito: comemorar? Sem hipocrisia. Além do mais, inferno astral: eu acredito. Mesmo que cague pra toda a baboseira do resto da astrologia, sempre rola. E já estamos nele.
Estrelinhas a brilhar, você vai encontrar... à voar, à voar, à voar.
sábado, 24 de abril de 2010
Já sabemos que isto é algo circunstancial
sexta-feira, 23 de abril de 2010
E desabafar todo o meu sofrer
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Dizia ele: Estou indo pra Brasília, nesse país lugar melhor não há.

Porque hoje é aniversário de Brasília. (Eu falo Brasília de um jeito estranho. Quer dizer, estranho pro povo daqui de Salvador, pra galerê de lá, acho que é normal.)
Meu, como eu amo aquilo lá. Sério, muito mais do que essa vibe eu-só-quero-o-que-não-posso-ter que acontece mil vezes na minha vida, eu sempre quis estar lá, mesmo quando já estava. Sabe a sensação que dá quando você tá voltando de uma viagem cansativa, de horas e horas de confusão e o avião pousa no chão e você suspira “Cheguei”? Pois é. É assim que eu vejo meu corpo ir reagindo, aos pouquinhos, toda vez que eu começo a ver aqueles quadradinhos divididos perfeitamente lá de cima do céu. Só que minha viagem dura meses, às vezes até mais de um ano. E eu só me sinto realmente em casa nas férias.
E nêgo me pergunta por que eu curto tanto Brasília. Que não tem mar. Que não tem nada pra fazer. Que é seco. Que é cidade política. Que matam índios. Zzzzzzz. Meu, tô cagando pra mar, tô cagando pra índio (sim, tenho preconceito com indígenas e você não vai tirar isso de mim, por mais que seja politicamente errado. I can’t care less), tô cagando pra político. As pessoas vêm Jornal Nacional e acham que a cidade se resume à Esplanada dos Ministérios. Eu passo pela Esplanada e não penso um minuto sequer na crise política, na divida externa, nos candidatos ladrões da próxima eleição. Eu lembro que aquele ali é o caminho pra casa da minha melhor amiga e isso me faz sorrir. É uma questão de prioridades.
E sim, tem coisas ruins mesmo, como meu nariz fabricando insanamente melecas sangrentas porque a umidade tá em 10%. Tem os pardais a cada 5km que me fazem enlouquecer na paranóia de ser multada. Tem o vazio que rola nos feriados e férias. Tem a vibe Gossip Girl da galerê. Tem a mega distância de tudo. Tem o custo de vida alto (o que me entristece profundamente quando penso no pós-formatura). Tem o fato de eu ter me desacostumado com as opções de lazer que a cidade me dá (não que sejam poucas, mas são as erradas).
Mas né. Tem as ruas retinhas, sem buracos, com sinalização e endereços tão menos complicados. Brasília é toda certa e deve ser um dos motivos que eu curto: conserta minha desordem. Tem o Zoológico mais fofo. Tem festa na casa de brodér todo fim de semana, nem que seja pro esquente velho de guerra. Tem loja de bala barata na rodoviária. Tem sol sem suor de dia e frio-mais-gostoso pra usar bota e meia calça de noite. Tem o melhor crepe de morango com chocolate ever. Tem o marrom e o verde. Tem os bairros tão arrumadinhos, os prédios certinhos, as casas com piscina. Tem o fato de você SEMPRE conhecer alguém que conhece aquela pessoa que você conheceu há 5 minutos. Meu deus, mas que cidade linda. Tem minha família. E tem minha família (sim, duas vezes, porque tem os Coelhos/Carneiros e tem os Dias/Droescher). E né. Só isso já me bastava.
E porque quando eu penso hoje em dia em Brasília, eu tenho medo. Medo de fazer igual em 2004 e começar a re-pensar no meu retorno pós-faculdade pra lá. Anos atrás foi por causa da UFBa, foi por causa de preguiça de tentar, foi por namorado, foi pelas meninas. Hoje, é tanto mais a acrescentar na lista do que vou deixar pra trás aqui. E é cada vez menos o que vou ganhar lá. E só essa possibilidade da não volta (de novo) enche meu peito de um semi- desespero que fica até difícil respirar. Não me imagino mais tempo sem. Ainda me faz falta em imenso. Ainda me atrai mais que tudo. Ainda é o que eu quero e não consigo ter. Será que vai ser pra sempre?
segunda-feira, 19 de abril de 2010
And I pray to be only yours.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Let’s hide for destiny.
Eu não quero ter que trabalhar em escritórios. Por favor, não.
Com esse fim-ainda-tão-distante da faculdade, vem o medo. Muito mais do que a empolgação com o semestre festeiro que se promete e com el grand finale. Fico com o estômago na boca, a bile quase pra sair, quando lembro que segunda depois da formatura, to lá eu, desempregada. A vala. Tá, tá, falta aí um ano e tanto e sei lá o que pode acontecer até lá. Mas hoje minha agonia já é essa, então me deixa sofrer de antecipação, because this is who I am.
E começo a pensar nisso em vários momentos. Quando professor paga sapinho de estágio, quando meu pai enche meu saco até não poder mais, quando meus amiguês tão de beca e eu tô na platéia, quando falta dinheiro no fim do mês. Mas hoje veio por uma coisa tão besta, tão inútl. Mas tão verdadeira. Lá vai: Eu não quero trabalhar em escritório.
Não, não quero mesmo. Foi jus-ta-men-te um dos motivos que me fez fazer veterinária. Eu queria emoções, queria adrenalina e queria mudanças. Todo dia. Queria sair no mesmo horário, mas sem saber muito bem o que esperar, sem saber que horas eu iria poder voltar. E olha que na época eu almejava mais do que hoje, desejava florestas, coletes marrons e dardos tranqüilizantes. Ok, ainda até desejo. Mas hoje meu *sonhozinho* é cheiro de éter, é cheiro de isoflurano, é cheiro doce de sangue. E sim, eu gosto. Amo. Aprendi a. Assim como gosto agora de bosta de cavalo e boi. Porque quando alguém me diz que o HospMev cheira à esterco, eu digo revoltada o quanto é bom. Me lembra fazenda, Clínica 2, Prática 4 e liberdade.
E outro dia tava eu pensando que queria um emprego fácil. Fácil do tipo trabalhar em casa, com um notebook e só. Sabe, a hora que eu decidisse que tava afim, falando no MSN com quem eu não estivesse com fobia temporária, vestida com a roupa mais esfarrapada, bebendo coca cola e comendo batata frita. Com as unhas da cor que eu quisesse pintar. E ganhando coisas como viagens, brindes, popularidade e semi-fama. Sim, eu também queria isso. Sim, eu iria enjoar em 6 meses e ia gritar que eu não agüento escrever nada obrigada e que transformei meu lazer em obrigação. E né, me falta o talento. Sim, falta. So, we are back to the start.
E aí eu lembro que é muito difícil conseguir isso. O emprego querido, eu digo. Porque meu bloco mais concreto é de estudar mais e mais até passar em concurso público. E ganhar dinheiro suficiente pra me sustentar e, quem sabe um dia, fazer o que eu realmente quero. Porque né. Já tão me cobrando. E, adivinha só: empregos concursados são (geralmente) dentro de salas fechadas, com ar condicionado e computador piscante. Não, eu não quero. De verdade, não. Me dá vontade de chorar só de pensar em.
Aí pronto, tô eu aqui, 03:26h duma manhã de sexta, num semi-desespero por acrescentar mais um item na minha lista Tensão Pré-Formatura. Porque tá longe, mas tá tão perto... E cada dia eu arranjo um novo motivo de não querê-la. Porque nem consigo mais ficar com sorrisinhos no rosto. É só escuridão e suspiros.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
I don't know and I don't know how to know, you know?
sexta-feira, 9 de abril de 2010
O não-ser, não-estar, não-sonhar.
Sabe quando você tá assim, com vontade de algo, mas não sabe exatamente do que?
Sabe quando você quer mudar alguma coisa na sua vida, ser diferente, mas ainda não descobriu qual é o item que tá errado?
Sabe quando alguém te pergunta se você tá triste e você não diz que sim, mas também não consegue dizer que não?
Sabe quando só dá vontade de tapar o ouvido e gritar?
Sabe quando tem alguma coisa estranha no ar, mas você sabe que não tem nada a mais ou a menos que ontem?
Sabe vontade de chorar do nada, só porque tocou uma música e você achou a melodia linda de morrer?
Sabe quando você está sozinho e quer companhia, mas, quando sai, se pega pensando “These are not my people, I should never have come here.”
Sabe uma agonia que não passa, um momento estagnado da sua vida, uma sensação de que devia ter algo mais que essa apatia cinzenta?d
Sabe quando você não sabe o que quer, só sabe o que NÃO precisa?
Pois é.