quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Plataforma 9 e 3/4

Aí que eu tô morrendo de medo. De ir e me arrepender. Da minha vida aqui ser mais perfeita do que eu imagino - e acredite, eu já acho ela bem linda. De chegar lá e as faltas serem sentidas de uma maneira inimaginável. De, mais uma vez, ver que só quero ter o que que eu não posso. E que só quero porque não posso.

E sei que além das coisas óbvias do porque seria difícil demais ficar, tem aquilo. Se continuo aqui, me vejo numa estação de trem, olhando pra um vagão cheio de rostos conhecidos e eu parada na plataforma, vendo ele partir. Todos indo embora, empolgados, sorridentes, com entusiasmo no ar e eu ficando para trás. Com a mala encostada no pé, mas com medo demais de dar o último passo. O passo que me deixa parada ou que me faz embarcar. O trem que muda a história toda. E eu não quero ser assim. Não quero ter uma meia vida, uma vida que eu não escolhi, uma vida que não vai mais existir fora da minha cabeça, só porque há pânico em tentar. Não quero ser dessas que desistem.

Mas aí vejo livros e blogs e filmes e, às vezes, a decisão maior não é ir. Não é abandonar tudo e partir. É decidir ficar. Quando tudo já está em ordem e arrumado e em perfeitamente harmonia. E quando tudo leva você a escolher aquele caminho. Aí você joga pra cima porque você vê que não há necessidade em andar. Porque você já está exatamente onde queria estar.

E a dúvida toda é essa, agora, no final.

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