segunda-feira, 11 de maio de 2009

O Tempo Não Para

Falta menos de uma semana para o meu aniversario. Meros 5 dias e eu estou tendo uma das piores crises de idade que já vi. Não sei nem se posso culpar só a data por todas as minhocas que perfuram o terreno já naturalmente fértil da minha cabeça. É uma mistura de idade, formaturas, responsabilidade financeira, estabilidade amorosa e cidades. Difícil de entender. Vamos tentar ir por partes.

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A idade. Sim, eu sempre odiei completar anos, ao contrario da maioria das pessoas normais. Mas quem disse que eu faço sentido? Bem, sempre achei que a fase que estou vivendo na época em questão é a melhor do mundo e quando vem um aniversário bater na porta e lembrar que esses dias tão bons estão passando, confesso, dá um tremendo desespero. Eu sei que vocês vão pensar: ok, mas se no próximo ano você continua achando que ta vivendo muitobemobrigada, pra que esse drama todo? É que eu tenho essa queda pelo drama e uma quase certeza que o jeito que eu curto a vida não poderá ser curtido daqui a algum tempo. Seja porque os interesses serão outros, seja porque haverá complicações na vida, seja porque eu não vou ter vontade. Mas essa síndrome de muito louquismo agudo não pode durar para sempre. E eu desaprendi o sabor da vida sem sal. Só sei viver intensamente.

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Digamos que as finanças vem juntamente à formatura, assunto que eu não agüento mais ouvir nas rodinhas que se formam diariamente no gramado do MeV em uma mesa de bar qualquer. É muita idade pra pouca conquista. E quanto mais o tempo passa, mais eu me vejo atravessando a linha de chegada, sem saber muito bem o que fazer com o prêmio na mão. Já passei da fase das dúvidas por qual caminho seguir, agora é algo mais concreto: como percorrê-lo? Um dia deitei a cabeça no travesseiro de tarde e tive uma agonia imensa, quase um ataque de pânico em pensar em terminar a faculdade sem estar com garantias concretas. É pavoroso. Então, quando eu vejo as pessoas num transe pra se formar, eu me pergunto se o desespero que cresce em mim é passageiro ou se é um prenuncio do que vem pela frente. E o medo bate.
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E.. O amor, ahhh, o maldito amor. ¬¬ Pelas minhas contas casamenteiras, haveria de começar um namoro quase que imediatamente, para poder estar lá na frente com meus 30 e poucos anos muito bem casada e à espera do primeiro filho. Mas pergunte se eu tenho pretendente a alguma coisa.. Aí vem casórios de amigas de colégio e namoros intermináveis de outras tantas pra mostrar o quanto você é sozinha e perdida na avenida. Porque essa vida de bacanal cansa. E eu já me sinto numa fase mais tranqüila, de mão dada na beira da praia e viagem junto no ano novo. Mas, ao mesmo tempo, sei que não vou largar coisas preciosas como Noras de Gandhy e férias em Brasília com a família. É um meio termo da inconstância. Acabo não tendo a plenitude de nenhuma das duas coisas, como se fosse uma fase de transição.. E mudança é chato. Quero lado A ou B, cansei desse chove-e-não-molha eterno. Quero doses cavalares de emoção. Seja como for.
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Sim, eu sei que estou complicando e um mero dia no meio de tantos não devia me fazer pensar tanto assim. Mas tenho queda pela incucação e datas que me lembram que o tempo está passando absurdamente depressa [réveillon acompanha esse drama também] me deixam numa nostalgia, uma saudade gigante de tudo que passou e,ao mesmo tempo, uma pré ocupação do futuro que chega à galope. Troubles, troubles.. Por que o relógio não anda ao contrario e nos deixa mais novos, libertando a gente de responsabilidades de todos os tipos? Por que que a gente não fica jovem eternamente? Só sei que cada ano que passa a maturidade anda batendo mais forte na porta.. E eu insisto em não atender.
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Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara..
[Paciência - Lenine]
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Por Mary*

Um comentário:

  1. Ah Mary essa pressão de formatura é desesperador! Se você não pegou Clínica II, prepare-se. Prof. Joselito só fala disso: a vala.
    Mas acredite que tudo dará certo. O pior é que as coisas não acontecem no nosso tempo!
    SObre o amor...prefiro não comentar.

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