domingo, 3 de julho de 2011

Lions, and tigers, and bears! Oh my!



Eu ando pensando o que eu vou fazer em Brasília. Essa semana eu dei a resposta definitiva, tanto para as pessoas daqui quanto para as pessoas de lá, que eu iria mesmo me mudar. Que se despedissem e que me esperassem. E ficou oficial. E desde então eu fiquei apática, boba-retardada, sem saber o que fazer.

Antes eu estava arrumando o quarto, tentando fazer que que tudo que eu fosse levar coubesse num armarinho de 2 prateleiras que eu tenho. Jogando xerox fora, separando cds, esvaziando gavetas, tirando poeira de livros, pensando nas roupas que eram essenciais. Ficava imaginando minha vida lá, conseguindo um emprego queridinho (ou um que pagasse bem, o que vier primeiro), tendo almoços de família no domingo, ajeitando minhas fotos no novo quarto, me perguntando se tem espaço pra mim no armário, empolgada em andar pelas ruas da cidade.

E agora, silêncio na minha cabeça. Parece que estou caindo em um abismo, uma queda silenciosa e sem velocidade. Quando você só espera o baque no chão, porque sabe que não vai criar asas, não haverá para-quedas, não surgirá um avião pra te salvar. Não consigo resolver mais as coisas, não consigo sonhar, não consigo agir. Estou em um semi-pânico de "o que estou indo fazer lá, por que decidi mesmo ir embora?". Meus irmãos estão aqui. Meus amigos são todos daqui. Esse é meu quarto, minha cama, meu banheiro, minhas coisas. Minha faculdade foi feita aqui, as festas que eu gosto de ir só tem aqui, as músicas que eu curto são as pessoas dessa cidade que gostam. Aqui, eu tenho liberdade, independência, responsabilidades.

Aí eu lembro que sempre foi assim. Eu sempre desejei as coisas mais pelo conseguir do que por realmente ter aquilo. É assim com garotos, com compras, com a faculdade, com a vida. E fico me perguntando se eu não passei todos esses anos querendo voltar pra Brasília justamente porque eu não podia voltar. Aquela coisa de só desejar o que não se pode possuir.

E agora, que eu posso, será que ainda quero? Será que ainda sigo a estrada de tijolos amarelos e encontro o caminho de volta pra casa? Por que Oz parece tão colorida em comparação com o preto-e-branco da minha vida lá? Estou sendo a própria bruxa malvada do oeste? Pensando se descalço os sapatos ou não.




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