domingo, 5 de fevereiro de 2012

O peso do mundo em minhas costas


Eu não consigo entender muito bem as pessoas que me obrigam a tomar decisões ou dar respostas que eu ainda não tenho. Como te dizer o que eu quero, o que eu vou fazer, o que será, se eu mesma ainda não sei? Como escolher se eu ainda não tenho todos os fatores que interferem aqui na mão?

Me tratam como se eu estivesse de manha, como se fosse uma defesa ou uma forma de ser mimada pela insistência do lado de lá. Antes fosse. Antes tudo dependesse das minhas emoções infantis não resolvidas. É tão mais profundo.

E em 2 dias eu pego um avião sem passagem de volta comprada. Igual eu fiz 6 meses atrás. Mas na época a mala vinha cheia de saudade, mas com muita esperança, com alma limpa, com vontade de ver o que ia ser e com fome de viver aquilo. Tudo caiu, os sonhos, as certezas, as vontades. Sobrou medo, desamparo, crises, depressão. Foi terrível, de um jeito que eu nem sei explicar ou falar sobre. Hoje olho pra trás e nem sei como sobrevivi. "Ali onde eu chorei, qualquer um chorava. Dar a volta por cima, quero ver quem dava.".

Há quase dois meses tudo melhorou, em pequenos passos, aos pouquinhos e com doses diárias de sorrisos e carinho. Um dia eu deitei na cama e dormi sem chorar, sem rolar no colchão por horas e sem pensamentos horríveis embalando o sono. Era tudo que eu pedia há muito tempo.

Agora é hora de deixar tudo isso para trás. Hoje comecei a separar roupas e pertences sem saber quanto tempo ficaria fora, sem saber se levava o mínimo ou o máximo. Enquanto isso, Guilherme sentado na cama ouvindo músicas infantis no meu notebook quase me fez chorar. Porque percebi que é real. A despedida. E a onda de insegurança e receio começou a vir e foi piorando.

É desesperador não saber como será seu futuro. E não falo futuro como algo que vai acontecer daqui a meses ou anos; se eu vou casar, ter filhos, como vou morrer, se vou ganhar muito dinheiro. Falo de futuro próximo, de não saber onde vou estar morando daqui a 2 semanas, não saber se vou ter dinheiro pra comprar comida daqui a 1 mês, não saber se vou ter as coisas básicas para (sobre)viver. Futuro: desconhecido.

O desespero é gigante e toma conta de tudo. São dúvidas que eu nem sei expôr e não tem quem console. E é esse sentimento que eu queria que as pessoas entendessem quando me fazem perguntas que eu não consigo responder. Se elas ouvissem 10% do que passa na minha cabeça, não estariam preocupadas em me perguntar de festas, carnaval, bebidas e encontros. Porque eu não consigo mais me importar com pequenezas quando existem ondas gigantes me afogando.

Um comentário:

  1. O pior é que não tenho como te consolar pq me sinto da.mesma.forma. Como hj, que cheguei de viagem achando q amanhã ia poder descansar até umas 9, depois ir ao banco, depois só estudar. Mas não. Me arranjaram uma coisa absurda pra fazer. E não posso dizer não pq não posso ser mal educada. Mesmo sendo MUITA pauzisse-no-cu o q me pediram(pediram = ordenaram,, já q não posso dizer 'não'). As vezes me sinto como marionete. Todos fazem o que bem entendem de mim. Ah, como quero me mudar pra longe, bem longe. E mandar no meu próprio nariz. Pq porra.

    Dai eu fico puta, puta, puta, puta e nem consigo dormir. E amanhã tenho q acordar as 7 pra jogar confete em alguém que eu mal sei o nome!!! Sendo que hj tô quebrada pq dirigi na estrada pq nao tinha outra pessoa hábil pra dirigir, soh eu. Sempre eu, eu, eu.

    Ps.: então, não tenho facebook, tumblr, orkut e sei la mais oq. Crise dos 20 anos e vida de namoracasada me pegou antes da modinha das redes sociais. Parei naquela época do orkut, em 2007, e até ele acabou sendo excluído..

    Mas vc mora em bsb? Há chances de que tenhamos colegas em comum.. mas, pelo sua foto, acho que nunca nos conhecemos não...

    E vai pra onde agora?

    =*

    ei, melhoras.

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