quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Telespectadora

Pronto. Bastava isso. Somente isso. Que é muito, aliás. Estranho foi eu não ter me tocado que isso seria o quanto foi.

Estar numa faculdade estranha, que não seja a sua e nem tenha qualquer ligação com, cheia de desconhecidos. E, ao mesmo tempo, tão igual.

Os boa-praças, que já te recebem cheios de intimidade, sorrisos. As meninas certinhas de clínica, que devem ter passado 5 anos em cima de livros, com quem você nem conversaria nos corredores e banquinhos. O professor que sabe perguntar sem ofender, ensina tudo e explica o mundo. Os meninos de grandes que usam botas e chapéus e fumam e provavelmente bebem até a morte (e com quem eu definitivamente andaria). A galera do dominó na cantina, batendo na mesa e gritando, matando aula. A menina que é comissão de formatura e já tá arrecadando dinheiro e organizando festas e fazendo tudo do seu jeito (oi?!). A guria na van com a exata mesma blusa da Organização do Trote, na mesma cor, no mesmo corte, com o mesmo símbolo.

E doeu, sabe? A saudade. De ninguém, de lugar nenhum, de nada em especial. E, ao mesmo tempo, de todos, de cada canto, de tudo. Porque eu já vivi isso tudo, eu já fui parte desse cenário. E hoje eu assisto. Não me pertence, por mais que meu corpo esteja aqui, porque eu tô só de passagem. E eu ainda quero estar, quero ter, quero ser. Não aprendi a desapegar do que eu era, não consigo deixar pra trás aquela Mariana. E por mais que eu saiba que eu nunca mais vou poder ser ela, nada disso se tornou concreto na minha cabeça.

Está chegando. E doi. Doí tanto.

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