segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Kansas


Tem um episódio de Dawson's Creek que a irmã do Pacey explica para o Dawson que Mágico de Oz é a maior incoerência filmada. Porque Dorothy passa o filme todo tentando voltar para casa, sendo que sua casa é retratada sem cores, em preto-e-branco, deserta. Então por que ela trocaria um lugar colorido, mágico e cheio de aventuras para voltar? Ela diz que a frase "não há lugar como nossa casa" é a frase mais falsa do cinema. E eu, que achava essa a única referência à Mágico de Oz digna de ódio, começo a entender.


As pessoas tomam conta demais da sua vida. Inventam coisas sobre você, sobre o que você está pensando e como está se sentindo. Porque é tão difícil perguntar e acreditar na resposta, né? Deve ser uma técnica que se adquire com a idade, essa de saber mais do que a própria pessoa sobre a vida dela. Querem viver por você, saber o que é melhor, como você deve agir.

Eu não sei se vou aguentar. Pensei isso quando tinha exatos 7 dias aqui. E repito frequentemente desde então. Eu sabia que ia ter esses problemas, mas não imaginava (ou não lembrava) que eram assim, tantas vezes, em tamanha intensidade.

É insuportável. Me sinto sufocada, vigiada, presa. to-dos-os-di-as. É como se eu tivesse 15 anos a menos. É como se eu não tivesse morado 4 anos sozinha, sem a ajuda de nenhuma dessas pessoas. É como se existisse uma guerra pra me fazer odiar o outro lado. É como se eu não soubesse o que EU quero pra MINHA vida. É como se eu não pudesse decidir, pensar, sentir.

Começo a me arrepender de voltar pra casa.


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