sexta-feira, 24 de junho de 2011

I'm free to be whatever I choose

Tava aqui pensando. Do bloqueio gigante que eu tô em escrever aqui sobre ir embora. Em escrever em qualquer lugar, em falar sobre, em pensar.

Quando o semestre passado acabou, no último dia das provas finais, com minha aprovação concreta, eu fui pra casa e chorei o mundo. De felicidade, por estar a 3 passos do fim e de tristeza, por estar a 3 passos do fim. Acabar a faculdade sempre significou voltar pra Brasília, porque eu só fiquei realmente presa em Salvador por causa disso. Aí passei os últimos meses todos me fazendo esquecer que eu ia. Porque tinha muitas outras coisas pra pensar e entre estágio, monografia e comissão de formatura, eu me escondi. E agora que tudo vai sendo resolvido, agora que eu tenho dias e dias livres, vem o desespero.

Lembrei outro dia da quantidade de vezes que eu desejei simplesmente entrar num ônibus e voltar pra "casa". E especificamente de uma vez, voltando da casa do namorado depois de uma briga, a noite, na chuva, de encostar a cabeça na janela, fechar o olho e imaginar o dia que eu finalmente pudesse escapar de tudo aquilo. De não ser obrigada a ficar aqui, a passar por tudo que eu passava, tudo que eu passei. De como minha vida seria diferente se eu simplesmente tivesse passado em outro vestibular.

A liberdade que eu queria, chegou. Nenhuma parede me prende mais a Salvador, nenhuma porta trancada que eu não tenha a chave. Eu posso ir embora hoje, se eu quiser. Voltar só pra defender minha monografia, entrega-la e tirar o diploma. Assim, nessa facilidade. Assim, num piscar de olhos.

Sobraram, então, as cordas invisiveis. As que eu penso todo dia e as que me fazem ter second thoughts. Algumas que eu já sabia que existiriam, os mesmos velhos laços que me ajudaram a fincar o pé aqui 7 anos atrás. Outras, novas, mas igualmente fortes. E as muitas que eu sei só existem porque são simples de existirem, mas que vão desatar o nó logo mais. Mas esse emaranhado de fios seria suficiente? Seria o bastante?

Hoje eu olho pro lado e me vejo sozinha. Não em um sentido de carência e tristeza, mas com a independência que eu nunca imaginei que já tinha. Meu último são joão na Bahia e eu passo em casa, comigo mesma. Não tanto por escolha, mas, no fim, o que importa são os fatos, não os porquês. E então, se é desse jeito, me faz pensar que é realmente hora de ir. Hora de saber que quem importa, vai se fazer notar onde quer que seja. Hora de saber que as coisas vão acabar e é melhor que acabem com um grand finale do que se esvaindo no vão. Hora de escolher um caminho e seguir, em vez de deixar na mão dos outros essa decisão. Hora de desapegar e largar o medo de deixar o conhecido. Porque o conhecido não me segura mais. Eu estou à frente dele, estou livre. Livre. And if it's wrong or right, it's all right.

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