domingo, 28 de agosto de 2011

I think it's time to let you go

E aí eu aqui, na iminência de ficar bêbada. Pela primeira vez na nova cidade. Bem dengosa e manhosa, lembrando do discurso de formatura, quando disseram que eu fico muito fofa quando tô alcoolizada. E olha: verdade? Porque tenho duas situações: ou fico louca do cu fazendo merdas do tipo desmaiar em palcos, enfiar a cabeça num isopor cheio de gelo e quase me afogar no mar de calcinha-blusa ou fico toda carinhosa, abraçando as pessoas, dando selinhos e dizendo coisas que eu sempre quis dizer, mas faltava coragem. E essa segurança líquida de que tudo vai ficar bem, mesmo que as declarações sejam too much e mesmo que nêgo nem queira ouvir. E essa sensação que o mundo vai acabar daqui a pouco e você precisa deixar as pessoas com todo o sentimento que você tem por elas. E esse esquecimento que as vezes as pessoas NEM MERECEM o que estão ouvindo/lendo, porque bem ali, há pouco (pouquíssimo) tempo atrás, ela foi filádaputa com você.

E fico me perguntando se existem pessoas que são carinhosas comigo sem eu merecer do mesmo jeito que eu sou carinhosa com quem não merece. Pessoas que tentam me fazer entender o que elas sentem por mim e enquanto eu fico no mesmo pedantismo que as pessoas que tento fazer enxergar o que eu sinto por elas. Numa atitude de entrega absoluta de um lado e de "é o que? menos, menos" do outro.

E, bem, eu acho que sou sempre mais. Mais, mais, mais. Sempre peco pelo excesso, sempre. Ninguém nunca chega em mim e diz "olha, acho que você devia ser mais assim". Os comentários são de "muito exagerada, muito dramática, muito brigona, muito teimosa, muito animada, muito louca". E eu devia ser menos.

E eu devia largar mão de achar que as pessoas se importam tanto comigo quando eu me importo com elas. Que elas gostam tanto de receber essas mini-declarações de amorzinho tanto quanto eu gosto (ou gostaria). Que elas gostam tanto de mim quanto eu gosto delas.

Porque, cara, não gostam. Nunca vão gostar.



sábado, 20 de agosto de 2011

Por que está amanhecendo?

Olha. Sem palavras.

Simplesmente sem palavras.

Só tenho mais um dia. E pronto, acabou. Um dia pra ver todo mundo e se despedir e ir embora. Um dia pra deixar pra trás a vida que eu venho tendo há anos e anos. Um dia pra realmente, de verdade, acabar tudo.

Não vou mais escrever. Não posso. Medo da hora que eu vou começar a chorar e não parar mais. E tá chegando.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Plataforma 9 e 3/4

Aí que eu tô morrendo de medo. De ir e me arrepender. Da minha vida aqui ser mais perfeita do que eu imagino - e acredite, eu já acho ela bem linda. De chegar lá e as faltas serem sentidas de uma maneira inimaginável. De, mais uma vez, ver que só quero ter o que que eu não posso. E que só quero porque não posso.

E sei que além das coisas óbvias do porque seria difícil demais ficar, tem aquilo. Se continuo aqui, me vejo numa estação de trem, olhando pra um vagão cheio de rostos conhecidos e eu parada na plataforma, vendo ele partir. Todos indo embora, empolgados, sorridentes, com entusiasmo no ar e eu ficando para trás. Com a mala encostada no pé, mas com medo demais de dar o último passo. O passo que me deixa parada ou que me faz embarcar. O trem que muda a história toda. E eu não quero ser assim. Não quero ter uma meia vida, uma vida que eu não escolhi, uma vida que não vai mais existir fora da minha cabeça, só porque há pânico em tentar. Não quero ser dessas que desistem.

Mas aí vejo livros e blogs e filmes e, às vezes, a decisão maior não é ir. Não é abandonar tudo e partir. É decidir ficar. Quando tudo já está em ordem e arrumado e em perfeitamente harmonia. E quando tudo leva você a escolher aquele caminho. Aí você joga pra cima porque você vê que não há necessidade em andar. Porque você já está exatamente onde queria estar.

E a dúvida toda é essa, agora, no final.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Estamos indo de volta pra casa


Ontem eu enrolei horas pra dormir. Já com o o olho ardendo e o tédio gigante chegando, mas me debatia pra desistir. Não entendi bem por que, mas sabe quando bate uma ansiedade do nada e ela vai crescendo, crescendo e crescendo até se tornar maior que você? Foi algo do tipo.

Quando finalmente botei a cabeça no travesseiro, veio um rio de lágrimas. Gotas desesperadas, descendo sem nem esperar o motivo para estar ali. Milhares de imagens vindo na cabeça, momentos do passado que eu sei que não vão mais se repetir e premonições de um futuro próximo que chega à galope: minha despedida.

Isso me deixou com (muito) medo. Porque até então (e ainda agora) eu estava (estou) bem tranquila. Na minha, de boa. Como quem arruma uma mochila pra passar um feriado fora. E a preocupação toda é que a ficha ainda não tenha caído. Que eu me dê conta somente na hora de dar o último abraço nas pessoas que aquele vai ser o único abraço por meses. Que eu entenda só no último momento o que ir embora dessa cidade significa. Que eu fique desesperada e desista. Que eu tenha ataque de pânico e enlouqueça. Que eu deixe os sentimentos falarem mais alto que a cabeça.

É estranho me imaginar saindo de Salvador triste. Todas as vezes que comprei passagem pra sair daqui, era com um suspiro de alívio preso. Suspiro que eu soltava assim que chegava no local do destino. Podia ser pra ver a família, viajando em interiores da Bahia, indo pra cidades distantes. Era sempre um prazer não estar na cidade que eu era obrigada a estar. E agora? Será que vou pisar no aeroporto de Brasília odiando tudo por lá? Será que o nó na garganta vai existir quando o avião sair de Salvador? Será que vai ficar tudo ao contrário, como um reflexo no espelho? Será que eu vou querer voltar no instante que chegar?

E as coisas que podem dar errado lá. Infinitas. O medo de não dar certo, de não vencer, de não ser feliz. As regras da família, as confusões mineiras, a prisão que eu odeio tanto. A solidão, a vida sem graça, a "adultice". A saudade. O que tô deixando para trás aqui e que nunca mais vou encontrar igual. Minhas coisas, minhas pessoas.

Tudo isso vai passando pela cabeça enquanto as malas vão enchendo. Já são três. Lixo/doação, tanta coisa que eu nem sabia mais que tinha, tanta coisa que eu vou sentir falta mas não é mais útil, tanto passado. "Vai depois" cheio de memórias, antigos diários, álbuns de fotos, livros queridos, cadernos. E a de agora, com os vestidos e sapatos queridinhos que ficaram, os porta-retratos, as maquiagens e esmaltes. É difícil ver no que se resume suas coisas, no que se resume você. Uma casa nunca foi tão minha, nunca morei em um quarto por tanto tempo. A porta do armário que emperra, as escrivaninhas branca-e-madeira que eu copio no The Sims, o adesivo da Pucca no espelho do banheiro, os colares de Gandhy pendurados na cabeceira da cama, o chuveiro frio, a porta cheia de penduricalhos, coelhos por todos os lados, o colchão de 17 anos, o chapéu de cowboy escondendo a torneira. Ver isso vazio vai ser como ver minha vida vazia. Apagada. Deixada para trás.

Acabou mesmo, de verdade. E eu nem acredito.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Bobo da corte


As pessoas andam pedindo para eu ficar em Salvador. Principalmente as que não são tão minhas amigas assim. (As mais próximas, não sei. Acho que é sempre mais difícil imaginar que a pessoa vai embora de verdade e mais complicado de assumir que quer que ela fique. E elas entendem que não cabe a elas exigir aquilo. Mas enfim:) Elas falam que eu sou muito alegre, muito contente e muito divertida pra ir embora (?). Porque eu combino com Salvador e pareço baiana (?). Porque o Mev vai ficar diferente sem eu estar lá e não tem ninguém pra me substituir (essa sem ponto de interrogação, porque eu concordo - hahaha).

Aí eu me pego pensando: mas só é possível ser boba-alegre em Salvador? Só dá pra ser essa pessoa extrema na Baêa? E a resposta é: sim, só aqui.

Não é nem uma questão de cidade em si. É tudo que eu vivi e criei em torno de mim e me construí. Aquela velha coisa que eu venho falando a meses aqui: a personagem. E agora, em horas de despedidas, as pessoas resolvem ficar sentimentais e declarar seus sentimentos. E eu já ouvi "ela chega nos lugares e anima o que tiver acontecendo", "dá pra escutar sua voz de longe já, porque você tá sempre agitada com alguma coisa", "não tem menina igual você no Mev, com sua atitude", "você deixou tudo mais empolgante", "seu sorriso tava enorme, você era a mais feliz", "o palco era seu", "você é engraçada demais, Mari" e milhões de outros elogiozinhos que vão revirando o estômago e te fazendo feliz pelas conquistas. E eu sei que a faculdade me criou assim, que meus amigos já sabem como eu sou e me aceitam, que a fama que eu tenho não se cria em 2 meses e que tudo é diferente onde pra onde quer que eu vá e não seja isso daqui.

Vi isso no meu estágio supervisionado. Era na cidade do lado, em um hospital veterinário, mas parecia outro mundo. As pessoas eram tão estranhas, minha energia ficou outra. Nunca consegui me soltar e ser eu de verdade. Nunca me conheceram lá como eu realmente era na UFBa. E as vezes parecia que eu ia explodir pra dentro de tanta mudança, de ser tão diferente do que eu estava acostumada, dos tratamentos serem estranhos, da visão das pessoas serem erradas. E as vezes eu parava de me ligar, porque eu sabia que aquilo ali era passageiro, que não era minha casa, que eu não precisava me doer tanto. Porque acabava o dia e eu corria pros braços de quem importava.

E agora indo embora de vez, rola o medo de acontecer a mesma coisa. De ir e me deparar com festa estranha, gente esquisita. De nunca mais poder ser quem eu fui esses últimos anos, de nunca mais ter a chance de mostrar o TANTO que eu posso. De estar pra sempre em segundo plano, rindo ou torcendo o nariz pro palco dos outros, não sendo o papel principal das histórias. E, deus, quanto sarro eu já tirei deles, revirando o olho e falando "é coadjuvante"? Quantas vezes eu já me peguei com medo de ser uma dessas menininhas populares de colégio americano que, quando acabam o ensino médio, só fazem decair na vida? O quanto eu simplesmente não-consigo ser segundo plano?

Às vezes sinto que estou abrindo mão de todas as festas, as farras, as diversões, da vida. O trote do semestre que vem chega e eu provavelmente não vou estar aqui. E é difícil ver o restante da Organização que sobrou arrumando as coisas e você ficando calada pra não opinar demais, porque não cabe mais a você aquilo. É difícil ver Comissões de formaturas novas sendo formadas na mesma semana que a sua acabou. É difícil pensar em gente falando sobre o carnaval do próximo ano sem saber se você vai poder estar aqui mesmo. Agora é uma saudade de um tempo que já passou. E me levou com ele.

E outras tantas vezes, eu penso que já acabou mesmo. Tudo que eu sinto falta, não é uma falta que seja da cidade. É saudade da faculdade. Que acabou, acabou mesmo e não volta. Eu ficando, me alimento de migalhas que nunca vão me satisfazer, porque eu vivi o Mev com a intensidade que poucas pessoas viveram. Então qualquer coisa que for menos do que eu já tive, vai ser quase inútil. Eu vou viver de passado, de restos, de pedacinhos de memórias que a gente vai revivendo aos pouquinhos ao longo do tempo. É uma espera infinita por algum dia perdido no meio do caminho. E o resto do caminho todo sendo andado com pés machucados e joelhos esfolados. E eu não quero isso pra mim.

É como se eu tivesse que escolher entre ser feliz epicamente, uma vez por mês, na festa da vida... ou feliz todo dia, em pequenos pedacinhos, com sorrisos leves e paz relaxante. E eu já tive MUITO da primeira opção, já vivi tudo que tinha pra viver, já me permiti. Tá na hora de (re) conhecer ser feliz todo dia, o dia todo. Tá faltando.

domingo, 7 de agosto de 2011

Eu, todinha

Você está tão sensual agora.
Só agora?
Só.
Mas estamos juntos desde as seis da tarde e só fiquei sensual agora?
Só.
Mas eu te fiz rir das seis da tarde até agora.
Macaco de circo não é sensual, é divertido, é legal, mas não é sensual.
Eu sempre achei que ser engraçada era meu ponto forte.
Não é.
(________).
Você ficou mal com o que eu falei?
Muito.
Por quê?
Porque sem fazer piada eu não sei fazer mais nada.

http://pensador.uol.com.br/frase/ODA0ODg2/

Levianos

Sabe qual é o problema? É que tudo isso são coisas das quais não se podem reclamar.

Sabe, dessas coisas que não podem ser motivos de brigas, porque oi, são coisas que a pessoa dá porque quer, por livre vontade.

Como aquela coisa de responder mensagem de texto. Você manda a mensagem porque quer, porque tem o que dizer e porque quis que o outro soubesse daquilo. E tem gente que responde e gente que não. Você vai reclamar que a pessoa não respondeu?! Ou ela não se importava ou nem tinha o que dizer.


É igual aquela história de quem vai te buscar no aeroporto. Tem quem se ofereça pra ir e tem quem fale "mas eu iria te buscar se você me ligasse! porque você não me pediu?!" Porque é algo que não se pede.

Eu deixei você agir assim comigo. Eu deixei que as coisas chegassem a esse ponto. "As pessoas te tratam da maneira que você permite que elas te tratem". E elas te tratam. E você não pode reclamar.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

The time of my life


Eu venho adiando esse post, porque não sei nem o que escrever. Não tenho palavras pra descrever o quão linda e perfeita foi minha formatura. Tudo, tudo.

A família chegando aos pouquinhos. Os-dias-de-spa que tive em Imbassaí pra desestressar. O experimentamento de milhares de roupas, brincos, sapatos. A ansiedade infinita de ver chegando e você só poder esperar. As risadas no msn e em casa no dia anterior, quando já tava tudo pronto e só me restava comentar e contar os minutos.

O dia no salão, o esmalte que tinha, o cabelo com nêgo perguntando se era megahair, a maquiagem de boas, o horário mais cedo do que eu imaginava.

A solenidade PERFEITA. As pessoas chegando pra tirar fotos lindas. Nêgo abraçando meu cabelo e eu gritando. O camarim so so far away. A comissão de formatura com brilho no olho por ter acabado os problemas. Meu nervosismo de quase vomitar quando fui passar o texto pela última vez. A foto da escadaria, com o pensamento longe. A filinha pra entrar, ouvindo finalmente a música que eu vinha ouvindo há seis meses, sabendo que quando ela tocasse, haveria o maior frio na barriga do mundo. O frio na barriga. Meu irmão fofo me acalmando e me abanando. A entrada mega rápida, correndo, porque a empolgação era muita, com gente me gritando. Passar correndo nos bastidores, ouvindo os putetês lá fora. Sentar na primeira fileirinha. O vídeo de abertura mais comédia do mundo. Ouvir as risadas e os gritos da platéia enquanto eu fazia merda no telão, rebolando e beijando pessoas, mas sem ver ninguém. As cortinas se abrindo com a música errada e o olhar de Bia de "eles vão fuder essa solenidade toda!". O estômago dando voltas e voltas. O requerimento e juramento. "Chamamos para a posição de mestre de cerimônias os formandos Gabriel Pereira Paim e Mariana Coelho d'Avila". E a tremedeira da vida, perna, mão, cabeça. não-vou-conseguir-não-vou-conseguir-não-vou-conseguir. Consegui. Os abraços dos lindos BFF's que ouviam seus chamamentos e choravam e quebravam o protocolo pra comemorar comigo. As gargalhadas e os erros. As dancinhas. A mulher falando no meu ouvido coisas que eu já sabia, coisas que eu não conseguia prestar atenção. "Sorria, Mariana!". E meu texto mais lindo do universo, falando de Comissão de formatura, Organização de trote, Noras de Gandhy, brigas, cachaças e fofurices. Era eu, todinha. Minha música, enfim. Entrar com a paz do mundo, dançando, me divertindo, com gente beijando minha mão, gente sorrindo pra mim, enxergando balão, letras, bandeiras, buzinas e cada pessoa que comemorava comigo. Minhas irmãs lindas me entregando a placa. "Ai, Mari, vou chorar" e "Grifinóooooria!". Confetes e fotos. Voltar correndinho, e pensar "mas já?!". Dançar tome-tome-tome-tome-tome-tome-tome-BUM, olhar pra trás e ver todo mundo fazendo igual. Acabar e pensar "quero de novo..". Sentar e ouvir o discurso, com várias palavras minhas, várias frases que eu falei durante 6 anos, coisas que eu vivi todo dia, minha vida. Ouvir professores lindos dando conselhos lindos. "Faça o que goste, goste do faz e que os outros gostem do que você esteja fezendo" e "falou em festa, Mariana tá ali em cima toda animada". Acabar e pensar PUTAQUEPARIUFOIMUITORÁPIDO. Ser a primeira a jogar o chapéu pra cima ouvindo a música que representa tudo. Pensar, enfim: sou médica veterinária, porra. Sou de verdade.

Sair com o calor do mundo e ver uma das pessoas que eu mais queria ali (e que não vinha). Felicidade exalando de receber os parabéns de todos e saber que ainda tava começando. Correr pro camarim e uma agonia sem fim pra se vestir de novo, mudar brinco, mudar tudo. Sem tempo nem pra sentir a dor mais dolorida que meu pé já pensou em sentir.

Festa DA VIDA. Chegar levantando o vestido de princesa, de chinelo, com gente entulhada na minha mesa - que era a melhor. Implorar pra começar a festa logo, a banda, a valsa, qualquer coisa. A valsa com os três homens do meu hoje. As havaianas da turma. Ser a primeira a subir no palco e descer correndo quando vê o parceiro de solenidade passando mal. Dançar todas as músicas no palanque, cantar Zezé com Zé na beira do palco segurando o chapéu de cowboy e sofrendo o mundo, descer até o chão com a bengala de Yuri, dar selinho da festa toda, ter amiga linda indo separar casal errado lá longe porque eu fiquei com ciúme, apontar pra galera lá embaixo e mandar subir, beijar em cima do palco (!), dançar forró com meus lindos, beber tequila e uisque presenteados, não comer nadinha, o cantor cantar ela-é-toda-boa pra mim, a festa passar voando. Meu garçom sombra fofo demais da conta me servindo e me mandando comer e avisando pra festa toda que eu tava locadocu de bêbada e ia desmaiar. E desmaiei. E recebi atendimento médico em cima do palco e não quis descer e só sai quando o peguete me arrastou de lá. E sai dando vexame na festa toda e acabei carregada, com meus amigos tirando fotos e chorando e discutindo com a organização da festa porque não tinha posto de saúde pra mim - sendo que EU tirei o posto de saúde do orçamento. E pedir pra ir embora e as lindas me levarem e eu dar vexame no prédio e nêga me dar banho e as porra tudo. Acordar e pensar no tanto de coisa que eu devia ter perdido, mas esquecer e sorrir falando "caraléo, foi de fuder demais".

E ser o dia da vida, o dia mais importante do mundo, o dia que mais esperei e planejei. E nada ter dado errado, tudo ter superado as expectativas e ter acontecido numa perfeição tão grande que chega a ser inexplicável. O momento da minha vida. Pra sempre.