terça-feira, 24 de maio de 2011

Mais uma vez

sabe qual o meu problema? eu baixo a guarda muito fácil. esqueço as 352 horas de raiva depois de 1 minuto de amor.

e eu fico feliz com coisas tão retardadas. um "sempre lembro de você quando vejo isso" me faz ficar boba-alegre o resto do dia.

dá saudade das coisas mais simples, de você simplesmente PODER gostar da pessoa e não se sentir uma tapada por isso. porque eu me sinto uma tapada. eu sou uma tapada. mas não quero ser, entende? ou pelo menos não quero demonstrar.

aí eu crio minha cara de "tô nem ligando pra você" e visto minha pose de antipática. aquela que as pessoas dizem que eu tenho quando não me conhecem.

e fico fantasiada até ouvir uma coisa retardada e desmanchar. e viro tapada de novo.

domingo, 15 de maio de 2011

Quero saber bem mais que os meus vinte e poucos anos

E amanhã eu faço 25 e passo enfim para a fase dos 'vinte e tantos anos'. Uma mudança que eu odiava, por sinal. Agora, nem tanto, nem tanto.

Nas minhas atuais 352 horas de ônibus diárias, estava pensando no que mudou com a idade. O que me faz diferente da garota de vinte e poucos anos que eu era.

Amenização. Parei o ar de revolta. De querer mudar o mundo, de bradar, pra quem quisesse ouvir, minhas verdades. De de ser 8 ou 80. É uma coisa mais suave agora, de resistir ao que não me é bom, de aceitar por mais tempo situações ruins, de continuar a ser simpática com gente que me dá agonia, só porque TEM que ser assim. E nem tem, sabe, porque eu já fui ao contrário disso tudo. Mas agora eu respiro fundo, uma, duas, dez vezes se precisar, porque é mais fácil do que ser a locadocu que quer fazer do seu jeito.

Fatalismo. Eu aceito as coisas, sem me importar muito, sem os ataques de histeria e depressão que aconteciam antes, sem acreditar que podia ser diferente. Agora eu tento decidir o que fazer a partir daquilo. A pessoa que você não esperava deu um vacilo irremediável? Eu pego minhas malas e vou pro outro lado do país ver a melhor amiga enquanto o clima ameniza. O estágio queridinho deu errado? Eu resolvo em uma manhã um lugar novo para cumprir minhas 340 horas obrigatórias. Não tenho dinheiro para pagar a formatura que chega a galope? Eu espero até o último mês pra ver se algo chega. E assim eu vou, cantando 'se avexe não' e esperando o que vai vir. Sem desejar muito, sem me decepcionar muito. Porque vai acontecer o que é pra acontecer, de qualquer jeito.

Perseverança. Quando eu olho para os últimos semestres de faculdade (e até esse mesmo), dá pra perceber o quanto eu mudei. Eu me determinava e conseguia. E era difícil, exaustivo, chato, mas, no fim, eu sentia um orgulho gigante de ter feito do jeito certo. E eu fiz 18 matérias em um ano e meio e peguei um estágio em "outra cidade" e uma orientadora que eu nem conhecia e um tema enorme de monografia, tudo isso pra conseguir a formatura que um dia, em agosto de 2009, eu decidi que queria. E vem dado certo, vai dar certo. E o orgulho vai ser ainda maior.

Independência. É uma palavra geral, sabe? De não ligar mais para o que os outros dizem, por saber que as pessoas SEMPRE vão ter algo maldoso a dizer, então você pode escolher entre se divertir no meio disso ou não. De não ser tão carente e necessitar tanto das pessoas, sabendo curar suas mágoas e problemas mais sozinha. De não achar que precisa estar apaixonada pra ser feliz. De ver que não adianta correr atrás de pessoas que não se importam com você, porque elas vão continuar sem se importar e você vai sofrer com isso. "Quando eu olhar pro lado, eu quero estar cercado só de quem me interessa" vira lema. E tudo fica mais fácil.

E, de verdade, é isso que eu vejo hoje. Tudo ficou mais simples. É mais fácil aceitar as rasteiras que a vida te dá, é menos dolorido passar pelas decepções, é menos difícil desapegar de pessoas que não deveriam estar ali, é mais rápido escolher outros caminhos além daquele que estava programado. Porque tudo vai mudar de última hora, não importe o quanto você tenha planejado os mínimos detalhes. O que torna tudo diferente é a maneira como você vê as coisas.