quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Hoje o tempo voa, amor.. Escorre pelas mãos.


Tava comentando com uma amiga o quanto esse ano passou devagar. Porque quando eu penso que eu fiz 12 matérias (com cargas horárias enormes), nem acredito que consegui. E quando eu vejo uns posts de abril aqui nesse blog, vejo que tive duas crises nervosas MUITO grandes esse ano e nem sei como consegui passar delas. Foi casulo residencial, não-atendimento de telefones, cabelo caindo, hospital pra tomar anestésicos, enxaquecas, gastrites.. Mas passou, porque sempre passa. Tudo passa.

E passou época de férias de verão com Festival de Verão e milhares de formaturas da turma que eu entrei que me fizeram chorar dias e dias e ficar com o coração apertadinho de começar a ver meus caramelos indo embora aos pouquinhos. A sensação que tava começando a acabar, que era o princípio do fim ali na frente dos meus olhos, sem que eu tivesse a real dimensão disso. Mas foram dias mais felizes que tristes, com cachaça pesada e carinhos gigantes.

E também passou o melhor carnaval da vida, com Noras de Gandhy na roupa mais perfeita do mundo, Asa parando na nossa frente pra tocar Com Amor, ponto de encontro da galerê em frente ao camarote do Nana, várias garrafas de tequila, milhares de blocos patrocinados pelo meu tio Joselito (pai de Priscila), provas de resistência até o último bloco passar, taxi com nascer do sol diariamente.

E passou o começo da formação oficial da galerê que hoje organiza o trote (Grupo Organização), com as idéias bonitinhas, as regras, as melhorias, as brincadeiras armadas... E teve panfleto de enganação de calouro, teve cobrança de 'ingresso', teve pulseirinha colorida, teve lista-lista-lista, teve camisa oficial pra diretoria e teve dois dias pra ficar na memória, na nossa, na dos calouros, na do Mev.

Passou meu coração filádaputa, trazendo minhas paixonites complicadas, sempre sempre complicadas, que ninguém entende. Nem eu. A la Ariel, porque tem que ser. Gente a mais, gente demais. E tem história que eu sou protagonista e tem história que eu sou coadjuvante. Mas, sabe, nem importa tanto o papel que você ocupa, se a novela é sua e você sempre se fode. E cadê o desapego que eu tinha prometido? As borboletas esconderam. Mas eu achei de novo e olha, parei de me preocupar. E quando eu não me preocupo, é quando eu não me importo mais. E talvez o segredo seja exatamente esse.

Passou amizades lindas começando ou se consolidando, com gente que antes eu odiava ou que não dava nem bom dia ou quem eu nem tinha porquê ter esse amorzinho todo. Mas empatia vem não sei de onde e não se controla sentimento. Hoje tem mil pessoas a mais no coração, que dá uma dó no peito de só ter conhecido agora, de ter 'perdido' tanto tempo sem.

E passou Comissão de Formatura com a gente querendo botar as coisas pra frente e fazer de uma turma de formandos uma turma de amigos. A primeira frase foi "a gente não pode brigar" e o que mais teve? Era gritaria em cantina entre BFFs, era gente fazendo depoimento chorandinho, era votação com resultados desastrosos, era eu chorando dias seguidos, era briga por email e comunidade de Orkut.. Toda segunda, 11h, no Mev. Mas era todo dia, nas conversas de boteco e nos sonhos da gente de ser tudo perfeitinho. E não foi. Não vai mais ser."Só falta eu te querer, te ganhar e te perder...". Os pedacinhos foram ruindo pouco a pouco, começando a ser desgostoso tanto trabalho pra pouco prazer, passando por minha dupla de Mestre de Cerimônias perdendo o cargo e terminando com uma das bffs perdendo em matéria e não formando mais. E hoje a gente continua, porque o caminho tem que ser continuado, mas a graça se perdeu pela metade.

Mas tem que lembrar de que Comissão me deu de presente o prazer lindo de ser diretora de eventos e 'comandar' durante um semestre todinho as festas que acontecessem na faculdade. E foi Baleado cômico, foi venda de caneta e caneca, foi rifa 1 e 2, foi festa da Ovelha. Festa da Ovelha, concorrendo no top 10 de melhores festas da vida. E a gente ficou pra história. A gente fez história.

E no fim, depois de tudo, o que fica é isso. A sensação de dever cumprido. De ter sido o ano que mais me botei à frente de organização de putetês, não só ali de platéia, vendo acontecer, mas fazendo do nosso jeito. E, ao mesmo tempo, o meu melhor ano de estudo, mega estressante, mas imensamente produtivo, com o resultado exatamente que eu esperava: concluindo. Porque agora eu sou concluinte. E tô acabando uma era, uma época que eu tenho absoluta certeza que foi a melhor e que vai ser incomparável sempre. Um capítulo que vou por o ponto final e nem sei o que será depois disso. Mas nem tô me preocupando. Falta um tico de trabalho e falta, enfim, comemorar e se despedir, em um único dia, o que eu vivo há muitos anos. Que venha. Tô esperando. E vai ser lindo.



sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Make my wish come true.. all I want for Christmas:


Então, coisas que eu quero de natal:

Hd externo (pra ver se salvo essa porcaria de notebook)
Uma filhote de Yorkshire (sempre):


Um vira-tempo da Hermione (ok, pode ser um assim, de brinks):


Um boneco do DOMO (owwwwwn):


Só que, na verdade verdadeira, todo natal eu faço um pedido que não depende de ninguém. Que não tem preço, mas mesmo assim tem comparações. Que vai mudar minha vida. Que é o que eu mais quero no mundo naquele exato momento. E esse ano eu consegui:




quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Goodbye Yellow Brick Road

Tentando pensar no turbilhão de coisas que aconteceram essa semana pra não ter que parar e pensar no montante de sentimentos que está na iminência de estourar aqui dentro.

Então que comecei a fazer minhas finais já chorando, porque rolou remédio de não-estouro-da-cabeça no domingo e eu fui semi sedada fazer provinha de ADM. Entreguei a prova e o professor mandando eu voltar e refazer a 1° questão, tamanha a minha capacidade de entender as perguntas. E assim continuou a semana toda. Ou pelo menos era pra.

Eu prometi e jurei que não ia sair até estar de férias (ou melhor: até as notas terem saído, todas) e que já tinha avisado aos amiguês formandos que não ia assistir nenhuma monografia pra não "perder tempo". Só que né. Coração fala mais alto e eu tinha que estar lá pra dar um abracinho de boa sorte. E dei. E valeu porque vi meu nomezinho nos agradecimentos e o coração deu um aperto.

E depois teve comemoração e depois teve outra comemoração maior e eu aí, na vida, bebendo cerveja e beijando pessoas e gritando "você não era assim, quem era você, você é um pica morta" pra quem queria ir embora. E quem tinha prova final pra fazer no dia seguinte era eu.

E fiz. E me desesperei em imenso milhares de vezes porque não conseguia assimilar mais nada que lia, não conseguia me concentrar, não conseguia nem pensar. E lembrava do mês de pesadelo que passei, indo parar em hospital de madrugada, com cabelo caindo aos tufos, com brigas históricas, com choros diários por qualquer mínima alteração. E assim já entrava na sala num gemido de morte e saia na agonia mór de saber logo a nota.

E soube. E passei. Olha, não vou dizer que foi em tudo, porque ainda falta a nota de Animais Silvestres (tamo aê na espera de um 2,7), mas visto que o próprio professor mandou eu sair pra comemorar, digo bem bastante que é com 99% de certeza que anuncio que hoje sou concluinte. Nada de provável. E não quero mais usar as iniciais PC tão cedo, porque só eu sei o quanto elas me deram medo nesse fim. Era tudo ou nada. Ou todas as matérias acima de 5 ou o abismo de enfrentar mais um semestre, morrendo na praia, deixando de lado a formatura que eu sonhei, projetei e tô realizando.

E é ela que me vem na cabeça agora. É sensação de quase fim, é a minha imagem correndo pelos corredores verdes do Mev gritando PASSEI, PASSEI, ACABOU!, é a sensação de pisar descalça na grama lá da frente pensando que hoje era um dia decisivo pra outro dia decisivo.

E será. Porque eu consegui.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A atriz principal da minha novela


Aí que meu pai me ouviu dizendo minhas opções de músicas pra entrada da formatura e me perguntou por que eu não escolho Cazuza ou Legião ou algo do tipo. Eu ri e "pai, eu tenho uma reputação e uma história a manter, ninguém vai entender nada se eu entrar com uma música calminha filosófica."

Lembrei de um dia que eu fiquei encarregada de levar o cd da viagem de clínica 2 daquela semana. Tava viciada (pela 352° vez) no acústico de Cássia e era só o que eu queria ouvir durante as 2 horas na van, mas né. Não tinha cabimento eu levar um cd desse, nêgo ia olhar pra mim e perguntar se eu tinha confundido a caixinha. E no meio da viagem eu até comentei sobre isso, da vontade, e uma das meninas falou "Cássia? Sério, você?". Ou seja.

Sei que isso me leva à antiga discussão da minha vida: personagem ou personalidade? Eu sempre fui dessas pessoas mega escandalosas e do putetê e nem aê pra nada, principalmente nessa época de faculdade. Mas também sempre fui um tanto mimimi, que lê José de Alencar sem ser obrigada, chora vendo Dawson's Creek e só quer dar pra quem estiver apaixonada. Sabe, menininha. E aí você vê que não combina, porque uma coisa é um menino, outra coisa é um pneu de trator (não tem nada a ver com nada). Como eu vou querer que as pessoas saibam que eu decidi o nome do meu filho ouvindo 1° de Julho se eu chego nas festas e subo em mesas e canto em microfones?

O bom é que eu parei de me preocupar com o que se passa na cabeça das pessoas há muito tempo. Não tô ligando se alguém acha que eu me resumo aquilo, se alguém pensa que eu sou uma das gúrias que só sabem comer água ouvindo baixaria e ficando com o primeiro que conhecem. Já aprendi que ninguém vai deixar você mais feliz só por pensar bem de você e que por mais que você seja a garota perfeita, vai ter quem fale. Então falem enquanto eu me divirto, que no dia seguinte eu tô rindo ainda. EU sei quem eu sou.

Problema é quando surgem esses momentos que você para e pensa em quem você é de verdade. Ou quem você mais é. É minha formatura, é um pedaço da minha vida que só eu vou saber o QUANTO lutei pra ter, é minha maior realização pessoal. E eu não sei se tô escolhendo a música porque as pessoas esperam aquela trilha sonora ou realmente porque eu escolheria ela de qualquer jeito. Não sei se hoje em dia eu sou mais a menina que é mestre de cerimônias pra brincar no microfone na frente de 500 pessoas ou a menina que escreve o discurso de formatura e faz todo mundo chorar. Eu sei que sou dos dois tipos, mas a questão é: se eu tivesse que escolher, quem me definia mais? Quem ficaria?

Tenho 6 meses pra descobrir.